As taxas de juros negociadas no mercado futuro registram alta em toda a extensão da curva nesta manhã de quarta-feira, 3, com maior ênfase nos trechos intermediário e longo, onde o avanço já chegou a superar os 10 pontos-base.
A alta dos juros dos Treasuries segue como principal referência para os negócios por aqui, embora os analistas apontem também incertezas do cenário doméstico como foco de cautela para o mercado, como a fragilidade do quadro fiscal. Nos Estados Unidos, as taxas dos títulos do Tesouro seguem em uma sequência de avanços devido às incertezas quanto ao início de um esperado processo de redução das taxas básicas de juros.
Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, fatores como a alta do petróleo e o terremoto em Taiwan adicionam incertezas quanto ao ritmo da inflação nos Estados Unidos e no mundo, incluindo o Brasil, onde os preços dos combustíveis estão aquém da paridade internacional. "Há uma convergência de fatores que elevam o grau de incerteza no mercado, que se antecipa a questões econômicas e políticas que têm potencial para gerar efeitos econômicos", afirma.
Para o estrategista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, não há no cenário fundamentos que justifiquem um alívio na taxa de juros. "Tentar ficar vendido nos juros é uma opção muito arriscada, considerando os riscos presentes de perda da receita fiscal no Congresso, mudança futura da meta de déficit maior que o desejado pelo governo e o impacto dos riscos geopolíticos nas curvas de moedas e dólar no exterior", disse.
Às 11h22 o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 tinha taxa de 10,03%, ante 9,96% do ajuste de ontem. É o maior porcentual desde 5 de dezembro. O DI para janeiro de 2029 estava em 10,91%, ante 10,81% do ajuste anterior.
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