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Taxas de juros têm forte alta com pessimismo sobre inflação, Selic e fiscal

Os juros futuros começaram a semana do Copom sob nova rodada de forte alta, conduzida pelo aumento do pessimismo com o cenário inflacionário que deve demandar ação ainda mais firme do Banco Central na Selic. O avanço das medianas de IPCA, PIB e Selic traz

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 09.12.2024, 18:40:00 Editado em 09.12.2024, 18:48:35
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Os juros futuros começaram a semana do Copom sob nova rodada de forte alta, conduzida pelo aumento do pessimismo com o cenário inflacionário que deve demandar ação ainda mais firme do Banco Central na Selic. O avanço das medianas de IPCA, PIB e Selic trazidas pelo Boletim Focus já afetava as taxas pela manhã, mas atualizações de revisões que saíram ao longo do dia elevaram a pressão. A falta de evolução nas questões fiscais e, em menor magnitude, o avanço dos rendimentos dos Treasuries contribuíram para a escalada. O dólar em queda ajudava a limitar a abertura da curva, mas depois a moeda americana passou a subir.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,59%, de 14,41% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2027 saltou de 14,76% para 15,02% e a do DI para janeiro de 2029, de 14,46% para 14,68%.

Apesar da postura fiscal mais proativa e uma política monetária mais frouxa indicada pela China, que em tese ajudaria economias emergentes, o mercado de juros viveu mais uma sessão trevosa, principalmente no trecho intermediário da curva, que capta os efeitos da atual trajetória da Selic.

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Para o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, o mercado está colocando "preços de crise" para 2025 e na hipótese de a Selic subir até aos quase 16% precificados na curva "a economia vai afundar" em 2026. "Vai ter uma pressão muito grande sobre a atividade econômica que pode colocar o país numa recessão", afirmou.

Ele informou que, no meio da tarde, a precificação de Selic terminal já era de 15,83%. Para o Copom desta semana, a curva apontava 80% de chance de alta e 1 ponto porcentual e 20% de probabilidade de 0,75 ponto. Para o Copom de janeiro, a precificação era de 108 pontos-base, ou seja começam a surgir apostas de avanço ainda mais agressivo, de 1,25 ponto.

Na ótica da economista-chefe da CM Capital Markets, Carla Argenta, os números do Boletim Focus hoje, juntamente com as revisões de IPCA, PIB, câmbio e Selic que seguiram ao longo do dia, foram o grande "driver" da curva nesta segunda-feira. "Foi um catalisador, dado que estamos na semana do Copom e, a depender do comunicado, podem continuar ao longo da semana", afirmou.

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No Focus, assim como para 2024 (4,71% para 4,84%), a mediana para o IPCA de 2025 superou o teto da meta, de 4,50%, ao saltar de 4,40% para 4,59%. A mediana para o IPCA acumulado em 12 meses disparou a 4,64%. O ajuste nas medianas de IPCA se deu mesmo com o aumento das medianas para a Selic. A expectativa para o fim de 2024 subiu de 11,75% para 12,00%, refletindo agora apostas majoritárias de alta de 0,75 ponto nesta semana, ante 0,50 na pesquisa anterior. Para o fim de 2025, subiu de 12,63% para 13,50%. Para o PIB, as medianas para 2024 (3,22% para 3,39%) e 2025 (1,95% para 2,00%) também avançaram.

Além da Focus, várias instituições divulgaram ajustes nas expectativas para variáveis econômicas ao longo do dia, com destaque para a revisão do call do Itaú para Selic, em relatório. O banco espera agora aperto de 1 ponto na quarta-feira, para 12,25%, contra 0,75 ponto anteriormente, e acredita que o Copom sinalizará a mesma dose para a reunião de janeiro.

Pelo lado fiscal, há preocupação com as pautas que estão no Congresso, na medida em que o ano vai terminando. Há temor de que a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de rejeitar o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que pedia a reconsideração de parte da decisão que liberou as emendas, possa atrasar a tramitação do pacote de corte de gastos.

No mercado de Treasuries, os yields subiram, com o da T-Note de dez anos chegando ao fim da tarde em 4,19%. "A abertura não foi expressiva como a daqui, mas ajudou a deteriorar os mercados", disse Rostagno. A virada do dólar para cima, fechando aos R$ 6,0829, nova máxima histórica, também pesou sobre a curva.

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