As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão desta quarta-feira, 5, em alta, acompanhando a valorização do dólar diante de um ambiente de aversão ao risco no exterior, um dia depois de um feriado que deixou as bolsas dos Estados Unidos fechadas na terça-feira (4).
Segundo o ScotiaBank, os investidores buscam refúgio em ativos seguros - como o dólar - depois de um leilão fracassado da construtora Shimao reviver as preocupações com a crise do setor imobiliário da China e após dados terem apontado perda de fôlego no setor de serviços de vários países, inclusive do gigante asiático.
Além disso, os investidores aguardam, às 15h, a publicação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.
Na terça, as taxas de DI subiram puxadas por um movimento de realização de lucros, que por sua vez foi sustentado por sinais de dificuldade para o avanço de pautas econômicas relevantes na Câmara dos Deputados.
Por lá, há três projetos relevantes que devem ser votados nos próximos dias: o que restabelece o voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o arcabouço fiscal e a reforma tributária. A aprovação destes projetos, segundo especialistas, pode abrir espaço para novas reduções nos juros.
O problema é que as negociações a respeito do Carf estão levando mais tempo que o esperado, e como o texto tem caráter de urgência estava trancando a pauta e impedindo as demais votações.
No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na terça que essa barreira burocrática não se aplicaria a Propostas de Emenda à Constituição (PECs), que é o modelo pelo qual será feita a reforma tributária. Isso, em tese, abriria espaço para votar a reforma até sexta-feira, enquanto os deputados acertam os últimos detalhes do texto do Carf.
Por volta das 9h35 desta quarta, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2024 subia a 12,800%, de 12,783% no ajuste de ontem, enquanto a taxa para janeiro de 2025 avançava a 10,765%, de 10,704%. A taxa para janeiro de 2026, a mais negociada da abertura, tinha alta para 10,155%, de 10,059%. O dólar comercial subia 0,38% no mercado à vista, a R$ 4,8591, e mais cedo chegou a atingir máxima de R$ 4,8706, alta de 0,61%.
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