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Taxas de juros reduzem alta na reta final com melhora na perspectiva de anúncio fiscal

Em mais um dia de espera pela divulgação do pacote de corte de gastos, os juros futuros estiveram em alta nesta segunda-feira também de pressão sobre o câmbio, mas sem a referência do mercado de Treasuries, que não operou hoje em função de feriado nos EUA

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 11.11.2024, 18:39:00 Editado em 11.11.2024, 18:45:55
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Em mais um dia de espera pela divulgação do pacote de corte de gastos, os juros futuros estiveram em alta nesta segunda-feira também de pressão sobre o câmbio, mas sem a referência do mercado de Treasuries, que não operou hoje em função de feriado nos EUA. Na reta final da sessão, porém, o movimento perdeu fôlego e as taxas reduziram o ritmo, e indo para perto dos ajustes no caso dos vencimentos de curto e longo prazo, com o mercado realimentando esperanças de que a divulgação das medidas seja iminente.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 13,11%, de 13,09% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2027 fechou em 13,20%, de 13,13%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa em 12,97%, estável.

O miolo da curva foi novamente destaque na estrutura a termo, com o mercado adicionando ainda mais prêmio diante do aumento dos riscos da não convergência da inflação para a meta e da trajetória fiscal se tornar um caminho sem volta. As taxas seguem rodando nas máximas desde março de 2023 e a ponta curta já indicava Selic terminal de 13,95% no meio da tarde. Para a reunião de dezembro, os DIs apontavam 100% de chance de uma aceleração do ritmo de alta para 0,75 ponto porcentual no Copom de dezembro e de 72% na reunião de janeiro, contra 18% de probabilidade de 0,5 ponto.

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O mercado trabalha com a ideia de uma política monetária agressiva para compensar o fiscal expansionista enquanto a agenda de corte de gastos não é conhecida. "Há toda uma ansiedade com relação ao pacote, sobre o tamanho e o que vem, se medidas mais paliativas ou estruturais. Era para ser anunciado semana passada, ficou para, possivelmente, essa semana, e tudo isso num cenário pior para emergentes desde a eleição americana", afirma o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia.

Para ele, o mercado tende a reagir negativamente a um pacote inferior a R$ 30 bilhões, mas também deve pesar bastante na reação dos ativos o tipo de medidas que serão propostas. "Não é só o valor em si, é toda a composição, se o crescimento das despesas vai acompanhar o limite do arcabouço, que é de até 2,5%. Tem de ser um pacote que realmente contenha o crescimento das despesas e mostre se lá na frente vai conseguir estabilizar o crescimento da relação dívida/PIB", diz Garcia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava reunido no Palácio do Planalto com o presidente Lula nesta tarde, segundo informação apurada pelo Broadcast e que levou as taxas a reduzirem o avanço no fim do dia, na medida em que recoloca a percepção de que o anúncio finalmente pode sair no curtíssimo prazo. Haddad participou de encontro com as lideranças dos grupos de engajamento do G20 e, após a conclusão dessa agenda, permaneceu no Planalto para outra reunião com Lula, cujos participantes e pauta não foram informados até o momento.

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Um pacote crível seria capaz de suavizar a pressão sobre as expectativas de inflação, que cada vez mais vêm se distanciando das metas. No Boletim Focus desta segunda-feira, a mediana para o IPCA em 2025 subiu de 4,03% para 4,10%, mais perto da banda superior da meta (4,50%). A de 2026 também avançou, de 3,10% para 3,65%. Nas medianas para a Selic, a de 2024 e de 2025 se mantiveram em 11,75% e 11,50%, mas a de 2026 passou de 9,75% para 10,00%.

Além da Focus, a agenda trouxe ainda os dados do setor público consolidado. O déficit de R$ 7,3 bilhões em setembro foi menor do que o de R$ 8,2 bilhões apontado na mediana da pesquisa do Projeções Broadcast. Mas isso não serviu de consolo, até porque há grande preocupação com a trajetória da dívida e esta atingiu em setembro o maior nível em 22 anos, a 62,39% do PIB, menor apenas do que os 62,45% contabilizados em setembro de 2002.

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