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Taxas de juros intermediárias e longas sobem, de olho em percepção de risco fiscal

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Os juros futuros intermediários e longos fecharam em alta comedida no pregão desta quinta-feira, 16, em meio a dúvidas sobre como o rombo orçamentário de 2026 será sanado após notícias de que o governo deve insistir em opções que já foram rechaçadas pelo legislativo para entregar a meta fiscal.

O ganho de inclinação da curva a termo, que caminhou em sentido contrário ao recuo nos rendimentos dos Treasuries e à leve queda do dólar, teve também influência de leilão do Tesouro Nacional. Depois de ter moderado o ritmo de emissões nos últimos certames, o órgão contrariou expectativas de participantes do mercado ao ofertar 21,3 milhões de títulos prefixados, que foram todos vendidos.

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Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 oscilou de 14,028% no ajuste anterior a 14,030%. O DI para janeiro de 2028 andou de lado, ao passar de 13,375% no ajuste a 13,370%. O DI para janeiro de 2029 avançou de 13,301% no ajuste da véspera a 13,330%. O DI para janeiro de 2031 marcou 13,595%, vindo de 13,536% no ajuste da véspera.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que uma das possibilidades para cumprir o orçamento no próximo ano é enviar um projeto de lei com trechos "incontroversos" da Medida Provisória (MP) 1.303, que apresentava alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e foi derrubada pela Câmara na semana passada. "Se o texto é incontroverso, pode ter um acordo nas duas Casas, botar uma urgência e votar com certa rapidez", disse o senador.

Em contrapartida, ao participar de evento em São Paulo, o presidente nacional do MDB e deputado federal Baleia Rossi (SP) apontou que não há "nenhum clima" na Casa para votar qualquer projeto que implique em elevação da carga tributária. O governo ainda não apresentou oficialmente possíveis alternativas de receita após a derrota da MP do IOF.

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Economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez avalia que as perspectivas de curto prazo para as contas públicas estão ficando cada vez mais insustentáveis, o que justifica a dinâmica de cautela nos DIs hoje. "Não se sabe de onde o governo vai tirar recursos e, mesmo assistindo à derrota avassaladora da MP do IOF, eles estão tentando reapresentá-la com soluções retóricas", diz Sanchez, o que, em sua visão, demonstra que o Executivo não tem opções na mesa.

"O grau de incerteza é muito grande, e essas são apenas de curto prazo. Além do conjuntural, a estrutura do arcabouço fiscal é degradada a cada instante", afirma Sanchez, para quem a curva a termo tende a seguir com tendência de inclinação. "A menos que o governo apresente medidas paliativas para o fiscal", pondera.

Na noite de quarta-feira, 15, o Tribunal de Contas da União (TCU) acatou recurso do governo e suspendeu efeitos da decisão da corte que obrigava o Executivo a contingenciar gastos para atingir o centro da meta fiscal, em vez do piso. O efeito suspensivo vale enquanto o mérito do recurso da Advocacia Geral da União (AGU) não for julgado. "Essa decisão do TCU é temporária, e representa só mais uma cereja no bolo", diz o economista-chefe da Ativa.

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No campo dos indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) frustrou as expectativas ao avançar 0,4% entre julho e agosto, feitos os ajustes sazonais, frente aumento de 0,7% previsto pela mediana do Projeções Broadcast , sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Pela manhã, os trechos intermediários e longos da curva chegaram a ensaiar ligeiro recuo na esteira do dado, mas o alívio não perdurou. Para economistas, o número não mudou a percepção de que a atividade está em desaquecimento gradual - e, portanto, em linha com o esperado pelo BC, o que não altera a leitura de que a Selic ficará em 15% até o começo de 2026.

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