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Taxas de juros disparam com efeito de fala de Powell e do petróleo sobre os Treasuries

Os juros futuros completaram a terceira sessão consecutiva de alta, após terem experimentado algum alívio na última segunda-feira. As taxas estiveram novamente sob forte pressão vinda dos Treasuries, com o retorno da T-Note de 10 anos se aproximando dos 5

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 19.10.2023, 18:10:00 Editado em 19.10.2023, 18:13:18
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Os juros futuros completaram a terceira sessão consecutiva de alta, após terem experimentado algum alívio na última segunda-feira. As taxas estiveram novamente sob forte pressão vinda dos Treasuries, com o retorno da T-Note de 10 anos se aproximando dos 5%, em dia marcado pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sugerindo postura conservadora na condução dos juros. O noticiário geopolítico também contribuiu para a escalada das taxas via aumento dos preços do petróleo, mesmo com o câmbio bem comportado.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 11,245% (máxima), de 11,073% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2026 saltou de 10,96% para 11,27% (máxima). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,45%, na máxima, (11,12% na quarta-feira) e o DI para janeiro de 2029 subiu de 11,51% para 11,79%.

A curva local espelhou a configuração da curva norte-americana, com ganho de inclinação em ambos os casos. Nos EUA, o retorno da T-Note de 2 anos caiu, mas o do papel de 10 anos avançava a 4,98% no fim da tarde, com máxima de 4,994%.

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Pela manhã, a alta das taxas era bem controlada, enquanto o mercado aguardava o discurso de Powell no Clube Econômico de Nova York marcado para as 13 horas, na esperança de algum alívio para descomprimir as taxas, ao mesmo tempo em que monitorava o noticiário sobre a guerra Israel-Hamas. À primeira parte da fala, o mercado reagiu positivamente, com os DIs chegando a zerar a alta. Num segundo momento, porém, retomaram a escalada, acompanhando o movimento dos Treasuries.

O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, explica que Powell começou com uma "fala dovish", dizendo entender que não estaria garantida a necessidade de alta de juros e que iriam analisar dado a dado. "O que acalmou o mercado, mas depois ele mudou o tom", disse. "Ao mencionar que entre aliviar a parte fiscal e levar a inflação para a meta, a prioridade tem sempre de ser levar a inflação para a meta, acabou neutralizando aquele primeiro sentimento de grande alívio que o mercado poderia interpretar como mais nenhuma chance de alta de juros. Ainda tem", afirmou o estrategista.

O dirigente apontou que a autoridade não mudaria sua política monetária por causa de um caminho insustentável do aspecto fiscal nos EUA. Powell avalia que os mercados estão voláteis, mas que a autoridade deve deixar "isso se desenrolar e observar".

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As declarações neste segundo momento desencadearam nova escalada dos Treasuries, levando a curva por aqui a abrir mais de 20 pontos. O estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal, endossa o efeito Powell sobre as taxas dizendo que o tom "foi duro" e que o mercado está muito machucado também pelas incertezas relacionadas aos conflitos no Oriente Médio. "O mercado está muito tensionado, com os nervos à flor da pele", disse.

Os preços do petróleo nesta quinta voltaram a subir, com temores sobre os desdobramentos da guerra no Oriente Médio e ponderações sobre a relevância da retomada dos negócios entre os EUA e o setor petrolífero venezuelano para a oferta global. O barril do Brent encerrou em US$ 92,38. À tarde, surgiram relatos de ataque por drone a uma base militar dos EUA na Síria e a informação de que Israel orientou suas tropas a se prepararem para uma invasão a Gaza por terra.

O presidente americano, Joe Biden, faz uma fala sobre o conflito hoje às 21 horas (de Brasília).

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