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Taxas de juros avançam com pressão das commodities e piora do risco fiscal

Os juros futuros subiram nesta quinta-feira, mesmo com o dólar em queda e o rendimentos dos Treasuries bem comportados. As taxas reagiram à piora generalizada na percepção de riscos para a inflação vinda da pressão das commodities, em mais um dia de avanç

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 02.06.2022, 17:56:00 Editado em 02.06.2022, 18:01:30
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Os juros futuros subiram nesta quinta-feira, mesmo com o dólar em queda e o rendimentos dos Treasuries bem comportados. As taxas reagiram à piora generalizada na percepção de riscos para a inflação vinda da pressão das commodities, em mais um dia de avanço do petróleo, e do cenário fiscal. O PIB do primeiro trimestre aquém do consenso das estimativas teve efeito neutro sobre a curva, e não impediu revisões para cima no resultado de 2022.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 13,41% no ajuste anterior para 13,435% e a do DI para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 13,045%, de 12,976% na quarta-feira. A do DI para janeiro de 2025 avançou de 12,37% para 12,455% e a do DI para janeiro de 2027, de 12,25% para 12,355%.

Os juros acabaram se descolando do bom desempenho do câmbio e ações, e também da melhora do apetite pelo risco no exterior. Os receios sobre a inflação por aqui vão se acentuando com a escalada das commodities. Nesta quinta, não somente o petróleo subiu, como também o minério de ferro e grãos. O barril do Brent, referência para a Petrobras, já está em US$ 117, bem acima do parâmetro de US$ 100 utilizado pelo Banco Central.

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Apesar do Brasil ser exportador de matérias-primas, tal contexto não deixa de ser negativo para o País, que enfrenta uma crise de combustíveis. Em Brasília, o risco de desabastecimento de diesel já estaria sendo utilizado como argumento pela ala política do governo para defender junto à Economia a decretação do estado de calamidade pública, o que liberaria gastos.

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou não ver tal necessidade "atualmente". "Não vejo necessidade desse estado de calamidade atualmente, mas, se chegar a um ponto de uma situação como essa, nós teremos que decretá-lo. Mas eu espero que isso não seja necessário", declarou, à CNN Brasil.

"O mercado estressa com todo esse ruído do mundo político, pois o BC já avisou que o fiscal pode ser gatilho para ajustar os juros", afirma Marcello Negro, gestor de multimercado da Fator Administração de Recursos.

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Os receios fiscais também se agravam diante da polarização das pesquisas eleitorais, com os principais candidatos com posição contrária à política de preços da Petrobras e o líder da corrida presidencial, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo a revisão do teto de gastos. "Não temos um nome para a agenda liberal pois a terceira via se inviabilizou. Com o que mostram as pesquisas, a questão é se vai ter segundo turno", disse Negro.

Na Média Estadão Dados de votos válidos, formada a partir de dados e linhas de tendências de todas as pesquisas recentes, Lula aparece com 52%, contra 33% de Jair Bolsonaro. Lula, portanto, poderia vencer no primeiro turno, lembrando que o agregador mostra o ponto médio de uma estimativa feita com base em várias pesquisas, cada uma delas sujeita a margens de erro.

Pela manhã, o PIB abaixo do consenso não foi capaz de mexer com os preços. Ante o quarto trimestre de 2021, o País cresceu 1% no primeiro trimestre, ante o mediana das previsões de 1,2%. Ainda assim, várias instituições revisaram para cima suas projeções para o ano, considerando cada vez menor a probabilidade de um número negativo ou mesmo zero. Para 2023, porém, o quadro é de cautela, diante dos efeitos defasados da política monetária.

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