Os juros futuros subiram nesta terça-feira, 17, acompanhando a piora dos Treasuries, cujos rendimentos voltaram a romper níveis importantes ao longo da etapa vespertina.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 11,065%, de 10,912% no ajuste de segunda-feira, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,69% para 10,92%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 11,10%, de 10,88%, e a do DI para janeiro de 2029 avançou 11,51%, de 11,32%.
A curva local replicou o estresse nos títulos do Tesouro norte-americano, que já operavam com alta expressiva desde manhã após dados de atividade nos Estados Unidos acima do esperado. Tanto a produção industrial quanto as vendas do varejo de agosto superaram o consenso, reforçando a ideia dos juros elevados por tempo prolongado e até resgatando apostas em nova alta pelo Federal Reserve no curto prazo.
No fim da manhã, houve alguma descompressão dos prêmios de risco com a melhora do câmbio e as taxas chegaram a zerar a alta e oscilar em torno dos ajustes anteriores, mesmo com a manutenção da pressão nos Treasuries.
Na segunda etapa, os yields ampliaram o movimento, após o deputado republicano Jim Jordan não conseguir votos suficientes para ser eleito presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, e os DIs retomaram o avanço. Jim Jordan recebeu 200 votos, mas não obteve o apoio da maioria dos 435 deputados, o que mantém a Câmara dos Representantes paralisada. "Volta a preocupação sobre o shutdown da máquina pública na medida em que vai se aproximando novamente a necessidade de um novo acordo orçamentário", explica a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.
As dificuldades políticas tornam ainda mais distante a possibilidade de uma solução definitiva para o Orçamento e, com isso, os EUA têm vivido de acordos de curto prazo que trazem volatilidade aos ativos e reforçam a incômoda situação fiscal do país. O atual acerto tem validade até 17 de novembro.
No fim da tarde, a taxa da T-Note de 2 anos estava em 5,20%, mas na máxima chegou a 5,22%. A T-Note de 10 anos projetava taxa de 4,83%, com máxima em 4,86%.
Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management, considera que, mais do que os potenciais impactos econômicos da tensão no Oriente Médio, "neste momento, o principal risco para a economia mundial é a elevação dos juros longos nos Estados Unidos". "É muito difícil avaliar até onde essas taxas podem subir, mas a experiência nos ensina que, se essa tendência se mantiver, problemas podem surgir. Toda cautela é pouca", afirma, em relatório.
Na agenda doméstica, o volume de serviços prestados em agosto caiu 0,9% ante julho, mais do que apontava o piso das estimativas da pesquisa do Projeções Broadcast (-0,8%). O dado mal conseguiu aliviar as taxas no começo da sessão, porque logo na sequência foram divulgadas as vendas do varejo nos EUA.
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