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Taxas caem com varejo fraco, queda do dólar e apetite ao risco no exterior

A quarta-feira de decisão do Copom foi de reforço nas apostas para a Selic e hoje as vendas do varejo muito piores do que a mediana das estimativas consolidaram a ideia de que o ciclo de aperto monetário não será tão hawkish, colocando os juros de curto p

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.12.2021, 18:48:00 Editado em 08.12.2021, 18:57:17
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A quarta-feira de decisão do Copom foi de reforço nas apostas para a Selic e hoje as vendas do varejo muito piores do que a mediana das estimativas consolidaram a ideia de que o ciclo de aperto monetário não será tão hawkish, colocando os juros de curto prazo em queda firme. As apostas de nova alta de 1,5 ponto porcentual para o encontro de hoje e o de dezembro são consenso e a grande expectativa é se o comunicado vai trazer algum sinal de mudança no plano de voo, diante da fraqueza da atividade e melhora no risco fiscal, ainda que as expectativas de inflação estejam desancoradas.

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A ponta longa caiu ainda mais do que a curta, refletindo o aumento do apetite pelo risco no exterior, por sua vez, amparado em notícias positivas da Pfizer sobre a cepa Ômicron, e que fortaleceu moedas emergentes, incluindo o real. A PEC dos Precatórios, que seria promulgada ainda hoje, de forma fatiada, ficou em segundo plano para o mercado de juros, que, em boa medida, também já tinha precificado tal desfecho.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,37% (regular e estendida), de 11,500% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 10,864% para 10,665% (regular) e 10,64% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,68% (regular) e 10,65% (estendida), de 10,853%.

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Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de outubro foram o destaque da agenda e recolocaram as taxas curtas, que ontem haviam subido, em trajetória de baixa. As vendas do varejo restrito caíram 0,1% na margem, enquanto a mediana apontava expansão de 0,6%, e as do ampliado cederam 0,9%, mais de quatro vezes o recuo que a mediana indicava (-0,2%).

"As notícias pré-Copom desta vez são no caminho inverso do que vimos na reunião passada. Agora temos uma série de números mais fracos de atividade e a narrativa se inverteu", afirma o analista de Investimentos, Renan Sujii, referindo-se, além dos dados do varejo, aos números fracos do PIB e da produção industrial na semana passada. Os dados deixam a percepção de que o Copom pode desacelerar o ritmo de aperto em breve, diz. A reunião de outubro foi realizada um dia depois do IPCA-15 daquele mês, cuja taxa foi de 1,20%, bem acima da mediana de 1,00%.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, a curva indicava praticamente 100% de chance de alta de 1,5 ponto na Selic para as reuniões de dezembro e fevereiro. Para o Copom de março, projetava 80% de probabilidade de desaceleração do ritmo para 1,25 ponto, e 20% de aperto de 1,5 ponto.

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Nesse contexto, o comunicado da decisão poderá apontar para um maior gradualismo nesta reta final do ciclo, seja de menor extensão ou doses mais brandas no aperto. "Talvez neste comunicado o BC não esteja mais contratando o próximo aumento, deixando mais 'data dependent'", disse Sujii.

Os contratos mais longos foram influenciados pela melhora do apetite ao risco no exterior, que também derrubou o dólar abaixo de R$ 5,60. Estudos preliminares já indicavam que a cepa Ômicron era menos letal, embora com alta transmissibilidade, mas hoje a farmacêutica Pfizer afirmou que testes, também preliminares, mostraram que sua vacina contra covid é eficaz com a aplicação de três doses.

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