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Taxas caem com expectativa de ajustes na PEC e exterior no radar

Os juros futuros fecharam em baixa, aparando parte do forte avanço da sessão anterior, mas num ambiente de liquidez limitada. O ajuste foi determinado pela melhora na perspectiva fiscal para a PEC da Transição e um cenário de maior cautela no exterior, co

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 28.11.2022, 18:42:00 Editado em 28.11.2022, 18:46:17
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Os juros futuros fecharam em baixa, aparando parte do forte avanço da sessão anterior, mas num ambiente de liquidez limitada. O ajuste foi determinado pela melhora na perspectiva fiscal para a PEC da Transição e um cenário de maior cautela no exterior, com a covid ameaçando novamente a economia da China. As taxas chegaram a recuar mais de 30 pontos-base na ponta longa no fim da manhã, mas desaceleraram o ritmo na segunda etapa, acompanhando a piora no mercado de Treasuries.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 14,290% (regular) e 14,28% (estendida), de 14,483% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 13,69% e a estendida em 13,67%, de 13,90% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 13,40% (regular) e 13,36% (estendida), de 13,60%.

A liquidez, como esperado em dias de jogos da seleção brasileira, foi mais fraca, pois parte dos players encerrou o expediente mais cedo para acompanhar a partida contra a Suíça no Mundial do Catar.

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O alívio de prêmios pela manhã já pautava o mercado, na esperança de que a ida do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília possa destravar as negociações em torno da PEC. Lula e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, cotado para assumir a Fazenda, chegaram ontem à capital para uma série de reuniões. O tamanho do "waiver" para acomodar as despesas do Bolsa Família e por quanto tempo será válido seguem em discussão. O custo está sendo calculado em até R$ 198 bilhões, mas se espera que caia para R$ 150 bilhões, valor considerado pelos negociadores "neutro" do ponto vista fiscal, ou seja, que mantém as despesas em 2023 em patamar próximo ao que Jair Bolsonaro deve deixar ao final deste ano.

A PEC foi protocolada no começo da noite, após o fechamento do mercado. De acordo com o relator Marcelo Castro (MDB-PI), o texto excepcionaliza o Bolsa Família do teto de gastos por quatro anos e permite retirar até R$ 23 bilhões em investimentos.

O operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio, afirma que o mercado vem amadurecendo a ideia de que o Congresso deve colocar um freio em eventuais exageros da PEC e o tempo exíguo para a tramitação joga a favor neste sentido. "Me parece que não vai ser terra arrasada, liberdade fiscal sem limites", disse, acrescentando que a esperada entrada de Lula nas negociações traz também um viés positivo. "Ele tem noção de quem pode ou não ser ouvido e experiência em articulação."

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Além de aguardar a PEC, há ainda o compasso de espera pelo anúncio de quem vai comandar o Ministério da Fazenda. Mesmo a contragosto do mercado, o nome mais forte segue sendo o de Fernando Haddad que tem acompanhado Lula aonde ele for.

Ainda segundo André Alírio, também houve influência do exterior na curva, especialmente o risco de hard landing da economia da China em função da política da Covid zero no país que também pode ter desdobramentos políticos. A rigidez das medidas gera protestos por parte da população, que pede a renúncia do presidente Xi Jinping.

Depois das taxas cederem às mínimas no fim da manhã, em mais de 30 pontos no caso das longas, o recuo "estacionou" em aproximadamente 25 pontos durante o jogo do Brasil, mas na retomada, após o fim da partida, arrefeceu ainda mais. A trajetória acompanhou a maior cautela Treasuries, cujas taxas zeraram a queda e passaram a exibir viés de alta, após comentários considerados "hawkish" de dirigentes do Federal Reserve.

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