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Tarifaço de Trump prevê retaliação à reação de China, Canadá e México

O governo dos Estados Unidos informou ontem que impôs tarifas de 25% para o Canadá e o México e 10% para a China, como havia prometido o presidente Donald Trump. A Casa Branca disse que os três decretos com as novas tarifas tinham uma cláusula de retaliaç

(via Agência Estado)

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Publicado em 02.02.2025, 07:03:00 Editado em 02.02.2025, 07:09:32
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O governo dos Estados Unidos informou ontem que impôs tarifas de 25% para o Canadá e o México e 10% para a China, como havia prometido o presidente Donald Trump. A Casa Branca disse que os três decretos com as novas tarifas tinham uma cláusula de retaliação, caso os países atingidos pelo tarifaço resolvessem adotar a reciprocidade.

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No caso dos itens canadenses, o petróleo escapou do teto da alíquota e foi taxado em 10%. Há ainda a avaliação de que esse índice mais baixo vai cobrir itens como gás natural, energia elétrica e urânio. As novas tarifas entram em vigor na terça-feira.

A medida aumentará o custo de fazer negócios com os três maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos e dará início a uma guerra comercial sem precedentes, afirmaram economistas.

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Canadá, México e China respondem por mais de um terço das importações dos EUA, fornecendo carros, remédios, calçados, madeira, eletrônicos, aço e muitos outros produtos aos consumidores americanos.

O presidente dos EUA justifica a medida afirmando que os países têm feito pouco para conter a imigração ilegal e o tráfico de drogas, principalmente fentanil, opioide responsável por uma epidemia de mortes por overdose nos EUA. Ontem, Trump não teve compromissos públicos oficiais. Ele passou o dia em sua casa em Mar-a-Lago, um resort de luxo na Flórida, onde jogou golfe e assinou os três decretos com as novas taxas, informou a Casa Branca.

Nas últimas semanas, as autoridades mexicanas e canadenses se movimentaram para controlar suas fronteiras e tentar evitar as tarifas. Trudeau disse na sexta-feira que o Canadá enfrentaria "tempos difíceis", mas que Ottawa estava preparada para responder com tarifas retaliatórias se necessário. Ele disse ainda que o país investe US$ 900 milhões (cerca de R$ 5,2 bilhões) em um plano de controle da fronteira que inclui helicópteros, mais guardas com cães farejadores e drones.

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Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que seu país agiu para reduzir as travessias ilegais de fronteira e o tráfico de fentanil. Embora tenha afirmado que negociava com o governo americano desde que Trump falou sobre o tarifaço pela primeira vez em novembro do ano passado, ela disse que o México está pronto para responder.

"O México tem um plano A, plano B e plano C para o que o governo dos Estados Unidos decidir", disse ela nesta semana. Ontem pela manhã, Claudia se reuniu com líderes empresariais mexicanos. "Não estou preocupada. A economia do México é muito forte, muito sólida", disse ela, após o encontro. Segundo o ministro da Economia mexicano, Marcelo Ebrard, a reunião mostrou que o setor privado do país estava "cerrando fileiras" em torno da presidente no caso de "qualquer arbitrariedade comercial".

Um estudo do Budget Lab de Yale, centro de pesquisa apartidário, estimou que as tarifas propostas poderiam aumentar os custos das famílias americanas em cerca de US$ 1,3 mil por ano (cerca de R$ 7,5 mil).

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SETOR PRODUTIVO

Empresários se dividiram sobre a medida ontem. Zach Mottl, presidente da Atlas Tool Works, fabricante de metais perto de Chicago, chamou as tarifas de "um passo ousado e necessário para reverter décadas de políticas comerciais fracassadas e reconstruir as indústrias agrícolas e de manufatura dos Estados Unidos".

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Mottl, que também é presidente da Coalizão pela Prosperidade da América, grupo que apoia tarifas, disse em uma entrevista que sua fábrica teve dificuldades e que ele viu muitos fornecedores fecharem as portas nas últimas décadas devido à concorrência estrangeira. "Uma tarifa universal é uma ótima maneira de gerar receita e dar início ao crescimento do emprego nos Estados Unidos", disse ele.

John Murphy, vice-presidente sênior da Câmara de Comércio dos EUA, discordou. Ele disse que as tarifas causariam "graves danos a muitos fabricantes dos EUA" e seriam "uma receita para o declínio".

REAÇÃO POLÍTICA

No Legislativo, democratas apresentaram um projeto de lei que tiraria do presidente a capacidade de impor tarifas sem a aprovação do Congresso. No entanto, é improvável que a proposta avance em uma Câmara e um Senado controlados pelos republicanos.

"Donald Trump está mirando suas novas tarifas no México, Canadá e China, mas elas provavelmente atingirão os americanos em seus bolsos", disse o senador Chuck Schumer, o líder democrata, após o anúncio dos decretos. "Estou preocupado que essas novas tarifas aumentem ainda mais os custos para os consumidores americanos." (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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