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Supremo deve manter autonomia do BC

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão começar a julgar hoje contestação apresentada pelo PT e pelo PSOL que pede a derrubada da legislação que concedeu autonomia ao Banco Central (BC). Sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.06.2021, 13:00:00 Editado em 18.06.2021, 13:08:22
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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão começar a julgar hoje contestação apresentada pelo PT e pelo PSOL que pede a derrubada da legislação que concedeu autonomia ao Banco Central (BC). Sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, a lei estabelece mandatos fixos para os dirigentes da instituição. Conforme apurou o 'Estadão', a Corte deve rejeitar o pedido das legendas de oposição.

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A decisão do STF, que influi diretamente no mercado financeiro e na relação da Corte com os demais Poderes, será tomada pelo plenário virtual - quando os votos são revelados pelos ministros ao longo de uma semana, sem argumentação e debates prolongados.

A maioria dos ministros entende que a legislação aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente não fere a Constituição, como defendem os partidos de oposição. O relator da ação, Ricardo Lewandowski, porém, tende a ir contra a compreensão majoritária da Corte. Segundo relatou uma fonte próxima a ele, há sim problemas na forma como a lei foi concebida.

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PT e PSOL, com o apoio do procurador-geral da República, Augusto Aras, argumentaram que o projeto de lei tem "vício de iniciativa", ou seja, não poderia ter sido apresentado pelo Legislativo. O Banco Central é um órgão vinculado ao Executivo, portanto caberia ao presidente da República apresentar propostas de alteração de normas da instituição. A lei em vigor é de autoria do senador Plínio Valério (PSDB- AM).

"Formalmente, a iniciativa deveria vir do Executivo, mas o formalismo não deveria ser suficiente para tornar a norma inconstitucional. Na prática, há uma pessoa técnica que redige a lei. Há o formalismo, mas isso não afeta o coração da lei. O trâmite inicial, e esse mero detalhe formal, não deveriam ser suficientes para julgar essa norma inconstitucional", afirmou Marcelo Godke, professor de direito bancário do Insper.

A ação direta de inconstitucionalidade (Adin) movida pelas duas legendas de oposição sustentou que, além de ferir a Constituição por causa da sua origem, esvaziava os poderes do governo federal na formulação da política monetária do País.

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central hoje, tem se mobilizado para garantir que o Supremo mantenha a lei em vigor. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também defende a legislação. Em manifestações públicas durante a semana, o senador rebateu, indiretamente, as críticas feitas por Aras ao texto aprovado na Congresso.

Para Godtek, a lei de autonomia do BC garante, sobretudo, o poder de controle da inflação. "O que essa lei faz é permitir que se crie uma política de Estado e tire a política de governo. A lei deixa claro que o mandato do presidente e da diretoria da instituição têm a função de garantir a estabilidade econômica por meio da inflação. A importância é tão grande que cabe ao Supremo sopesar isso. A função da lei não é criar uma economia ultraliberal, é controlar a inflação. Para julgar as leis, os julgadores devem levar em conta as consequências econômicas também", afirmou.

Texto aprovado

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Pelo texto sancionado, o presidente do Banco Central e os oito diretores da instituição terão mandatos fixos de quatro anos e poderão ser conduzidos por mais quatro anos, uma única vez.

O mandato da presidência do banco começará sempre no terceiro ano de governo do presidente da República. A lei também determina que o Banco Central tenha como objetivos, além do controle da inflação e a estabilidade do sistema financeiro, a suavização dos ciclos de atividade e o pleno emprego.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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