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Superávit da balança comercial atinge US$ 89,5 bi no ano e é o maior da série, mostra Icomex

O superávit da balança comercial de novembro foi de US$ 8,8 bilhões, o que leva a um saldo de US$ 89,5 bilhões no acumulado do ano, puxado pela agropecuária e a indústria extrativista, informou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divul

Juliana Garçon (via Agência Estado)

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Escrito por Juliana Garçon (via Agência Estado)
Publicado em 21.12.2023, 10:24:00 Editado em 21.12.2023, 10:32:24
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O superávit da balança comercial de novembro foi de US$ 8,8 bilhões, o que leva a um saldo de US$ 89,5 bilhões no acumulado do ano, puxado pela agropecuária e a indústria extrativista, informou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira, 21, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Independentemente do resultado de dezembro, já é o maior superávit na série histórica anual da balança comercial. A variação mensal do volume exportado foi de 4,7% e a das importações ficou negativa, com recuo de 3,2%. No acumulado do ano, o volume avançou 8,7% e as importações recuaram 2,4%. A China explicou 52,3% do superávit da balança comercial do Brasil no acumulado do ano. As vendas para o gigante asiático avançaram 30,1% em novembro ante o mesmo mês de 2022 e 29,3% de janeiro a novembro ante igual período do ano passado. Os Estados Unidos contribuíram com a redução do déficit de US$ 13,6 bilhões para US$ 1,6 bilhões. No acumulado do ano, os embarques cresceram 6,4% ante igual período de 2022 e, no mês, o avanço foi de 27,5% novembro de 2022. A Argentina contribuiu com o aumento do superávit de US$ 2,3 bilhões para US$ 4,8 bilhões, com avanço de 9,4% no acumulado ante o período de janeiro a novembro de 2022. Na comparação de novembro deste ano com o do ano passado, as vendas brasileiras caíram 18,3%. Para todos os outros mercados selecionados, houve redução de superávit. Nas importações, o relatório chama a atenção para a queda do volume importado dos Estados Unidos, de 21,1% na comparação do acumulado do ano. Na mesma comparação, as compras da China ficaram estáveis, enquanto as da Argentina recuaram 6,7% e as da União Européia, 2,9%. Já as compras de países asiáticos excluindo a China tiveram avanço em novembro ante o mesmo mês do ano passado, de 15,6%, e de 9,5% no acumulado. O volume exportado da agropecuária - com aumento de 25% na comparação interanual no acumulado até novembro - e o crescimento em volume das vendas externas da indústria extrativa (18,8%) contribuíram para o superávit recorde. No mês de novembro, a indústria agropecuária liderou o volume exportado, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022. A indústria extrativa elevou o volume exportado em 5,2% e o da transformação recuou em 6,1%. O aumento das exportações é resultado do desempenho das commodities de maneira geral. Em volume, as vendas externas de commodities aumentaram 21,2% na comparação interanual de novembro e recuaram em 5,8% para as exportações de não commodities. No acumulado do ano, ante igual período de 2022, a variação do volume exportado das commodities foi de 13,5% e das não commodities, uma queda de 1,7%. Os preços das commodities caem no acumulado do ano em 9,5% e das não commodities aumentam 0,5%. A variação das exportações em volume do complexo soja foi de 60,4% em novembro contra o mesmo mês do ano passado. Se considerada apenas a soja, o aumento da quantidade foi de 105,8%. Por sua vez, o grupo de petróleo e derivados recuou 13,9% no mês de novembro. Mas, no acumulado do ano, as exportações de petróleo e derivados (22,5%), seguidas pelas do complexo soja (21,8%), lideram o aumento de quantidade embarcada. Todos os outros grupos registraram variação positiva, exceto carnes, com queda de 3,1%. Os preços caem para todas as commodities, exceto para o grupo de outros agrícolas. A variação interanual dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto em janeiro e fevereiro para as exportações. Para as importações, as exceções foram janeiro e março. Na comparação interanual do mês de novembro, os preços exportados recuaram 4,2% e os importados, 8,3%. No acumulado do ano, a queda de preços das exportações foi de 7% e a das importações, de 9,5%. Os preços caem para todos os setores. Com o recuo nos preços, a variação em valor das exportações foi avanço de apenas 1% no acumulado do ano. No caso das importações, o recuo em valor foi de 11,8%, explicado pela queda de preços e de volume.

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Cúpula de chefes de Estado

O Icomex também trouxe anotações sobre a 63ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, realizada no último dia 7, no Rio de Janeiro. Foram destacados três fatos. Primeiro, a assinatura do acordo Mercosul-Singapura. O país é o oitavo no ranking do destino das exportações brasileiras com participação de 2,3% e o 41º nas importações. Até novembro de 2023, 65% das exportações brasileiras eram de óleos combustíveis e 15% de óleo bruto. "É pouco provável, pelo menos num horizonte de curto a médio prazo, que se diversifique essa pauta", diz a FGV. "O acordo pode ser um facilitador para as empresas brasileiras que usam as vantagens tributárias oferecidas pelo país", analisou. Foi também assinado o Protocolo de Adesão do Estado Plurinacional da Bolívia ao Mercosul. A Bolívia é o 35º destino das exportações brasileiras e o 30º país de origem das importações brasileiras. As importações de gás natural representam 87% das compras brasileiras. O terceiro ponto assinalado foi a não assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia, que seria um fecho que marcaria o término da presidência pró-tempore do Brasil no Mercosul. "Num mundo de incertezas de alianças politicas e econômicas, o acordo teria uma contribuição positiva para o multilateralismo, afastando-se da polarização entre Estados Unidos e China. Do ponto de vista do comércio, garantiria maior grau de previsibilidade para o setor agropecuário, pois as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) estão estagnadas", analisou a fundação, indicando que o maior impacto seria o acesso a bens de capital e intermediários a custos mais baixos que poderiam ter um impacto positivo na redução dos custos de produção da indústria brasileira.

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