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STF julga ação de R$ 50 bi contra regra que permite ao Executivo reduzir créditos do Reintegra

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar nesta quarta-feira, 4, uma norma que permite ao Executivo alterar, entre 0,1% e 3%, a alíquota para apuração de créditos do Reintegra, programa federal que tem como objetivo devolver parte dos resíduos trib

Lavínia Kaucz (via Agência Estado)

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Escrito por Lavínia Kaucz (via Agência Estado)
Publicado em 04.09.2024, 12:31:00 Editado em 04.09.2024, 12:34:58
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O Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar nesta quarta-feira, 4, uma norma que

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permite ao Executivo alterar, entre 0,1% e 3%, a alíquota para apuração de créditos do Reintegra,

programa federal que tem como objetivo devolver parte dos resíduos tributários acumulados na produção de

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bens para exportação. A ação tem impacto estimado em R$ 49,9 bilhões para as contas públicas, segundo a

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.

O Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) contestam normas que estabelecem a

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variabilidade da alíquota e que permitem a alteração por meio de decreto presidencial, ainda que dentro

do patamar legal. Para o setor, as alíquotas devem ser fixadas no máximo de 3%, sem variação.

A Constituição proíbe a tributação de produtos destinados ao mercado externo. O objetivo é evitar a

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dupla tributação, já que os bens sofrem incidência de impostos nos países de destino, e estimular a

competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Há uma exceção para o Imposto de Exportação, que

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tem previsão constitucional específica para alguns casos.

O resíduo, obstáculo ao princípio da não exportação de tributos e da não cumulatividade plena, diz

respeito a impostos pagos ao longo da cadeia produtiva que não foram compensados por meio de créditos.

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Em 2018, ano de ajuizamento da ação, o Instituto Aço Brasil afirmou que as exportadoras de produtos

siderúrgicos arcavam com acúmulo de resíduo tributário de 7,1%. No mesmo ano, o então presidente Michel

Temer (MDB) editou decreto que reduziu a alíquota para apuração do crédito de 2% para 0,1%, piso da

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previsão legal.

"Não se pode admitir que o Reintegra seja utilizado pelo Poder Executivo como instrumento de manobra de

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política orçamentária, passível de ser manipulado para compensar perdas episódicas de receitas pelo

Governo, com fins meramente arrecadatórios", afirmou a entidade.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por outro lado, ressalta que a base de cálculo para a

apuração dos créditos é a totalidade das receitas de exportação, sem vínculo com o valor do resíduo

tributário. "Até o exportador que eventualmente não tenha nenhum resíduo em sua cadeia produtiva vai

receber", disse a procuradora Patrícia Osório em sustentação oral feita à Corte em 2022.

"Não se discute que a carga tributária remanescente na cadeia produtiva certamente impacta no custo do

produto a ser exportado, e o Reintegra pretendeu, sim, amenizar essa carga. Mas dentro do possível, sem

nenhuma obrigatoriedade de exterminar todo o resíduo", complementou Osório.

O caso começou a ser julgado no plenário virtual, onde foi formado placar de 3 a 1 para negar as ações e manter a variabilidade da alíquota. O julgamento foi transferido para o plenário físico por pedido de destaque do ministro Luiz Fux, e a análise será reiniciada do zero.

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