MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

STF começa a julgar ação com impacto de R$ 1,5 bi para Petrobras e R$ 419 mi para União

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na tarde desta quarta-feira, 12, uma ação que pode ter grande repercussão no caixa da União e da Petrobras. A discussão é sobre a responsabilidade subsidiária da administração pública em casos de terceiriz

Lavínia Kaucz (via Agência Estado)

·
Escrito por Lavínia Kaucz (via Agência Estado)
Publicado em 12.02.2025, 17:59:00 Editado em 12.02.2025, 18:07:21
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na tarde desta quarta-feira, 12, uma ação que pode ter grande repercussão no caixa da União e da Petrobras. A discussão é sobre a responsabilidade subsidiária da administração pública em casos de terceirização - ou seja, se os entes públicos podem ser cobrados se a empresa prestadora de serviços não pagar suas obrigações trabalhistas.

continua após publicidade

De acordo com informações apresentadas no processo em 2020, a Petrobras é alvo de cerca de 52 mil processos sobre o tema, com valores que superam R$ 1,5 bilhão. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou em 2020 que o tema tem impacto de R$ 419 milhões para os cofres públicos.

O relator, Kássio Nunes Marques, votou contra a responsabilização automática dos entes públicos, o que beneficia a União e a Petrobras.

continua após publicidade

Para o ministro, cabe ao autor da ação trabalhista comprovar que a administração pública não fiscalizou a prestação de serviço ou não tomou nenhuma medida para regularizar a situação.

"Entendo cabível a responsabilização da administração pública nos casos em que houver prova inequívoca de conduta omissiva ou comissiva na fiscalização dos contratos, de modo que é imprescindível provar tanto o conhecimento da situação de ilegalidade como a inércia em tomar providências para saná-la", afirmou em seu voto.

O advogado Felipe Gomes Vasconcellos, que falou pela Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abra), sustentou que a repercussão econômica de cerca de R$ 2 bilhões apresentada pela União e pela Petrobras impacta, por outro lado, os trabalhadores que pleiteiam na Justiça o recebimento das verbas trabalhistas. "Estamos falando aqui de milhares de trabalhadores e trabalhadoras credores desses R$ 2 bilhões que não receberam seus direitos trabalhistas devido a falha de fiscalização por parte da administração pública", afirmou.

continua após publicidade

Representantes dos trabalhadores defendem que o ônus de comprovar que o ente público cumpriu com suas obrigações deve ser da própria administração pública. "Transferir o ônus da prova ao empregado, que não tem acesso aos contratos feitos pela administração pública, não tem acesso aos mecanismos de fiscalização adotados ou não pelo estado, é impor uma obrigação desproporcional", afirmou.

O procurador do Estado de São Paulo, Celso Alves Resende Júnior, disse que a Justiça do Trabalho tem ignorado a jurisprudência do Supremo ao decidir que o ônus da prova é dos entes públicos. "O Supremo já consolidou entendimento contrário à responsabilização automática da administração pública, entretanto, a Justiça do Trabalho de forma reiterada tem se esquivado dessa orientação", disse em sustentação oral.

Para ele, o entendimento da Justiça do Trabalho de impor à administração pública o dever de comprovar que não foi negligente cria uma "presunção de culpa que não encontra respaldo nem na lei nem na jurisprudência deste STF"

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "STF começa a julgar ação com impacto de R$ 1,5 bi para Petrobras e R$ 419 mi para União"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!