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Sob pressão, presidente do BB sai do governo

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi divulgada no início da noite de sexta-feira, 24 por meio de fato relevante do banco.Segun

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.07.2020, 07:50:00 Editado em 25.07.2020, 07:55:24
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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi divulgada no início da noite de sexta-feira, 24 por meio de fato relevante do banco.

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Segundo fontes do governo, a saída de Novaes está alinhada ao movimento de Bolsonaro de se afastar do núcleo considerado radical. Novaes é ligado ao escritor Olavo de Carvalho, que tem atrapalhado a pauta governista e gerado ruídos com o Poder Legislativo. Recentemente, o presidente do BB questionou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de impedir que o banco faça propaganda em sites acusados de espalhar fake news.

Além disso, a avaliação na equipe econômica é que o desempenho dele no mercado de crédito teria sido insatisfatório. Novaes se mostrou reticente a atender aos pedidos do presidente de baixar juros em linhas ao consumidor, principalmente no cheque especial, e ampliar a oferta de crédito para atenuar os efeitos da crise.

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O comunicado distribuído ao mercado diz que o pedido de renúncia terá "efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".

O fato relevante também diz que Bolsonaro já aceitou o pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco público. Um dos nomes cotados para substituir Novaes é de Hélio Magalhães, atual presidente do conselho de administração do BB. Ele foi presidente do Citi Brasil de 2012 a 2017.

Segundo apurou o Estadão, Magalhães é considerado um dos presidentes de conselho do banco mais atuantes na história do BB. Outro nome forte é do atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que tem grande apreço de Bolsonaro.

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Políticos do Centrão afirmam, nos bastidores, que entendem não haver espaço para um indicado de partidos como substituto, pela posição estratégica do banco para o País. O cargo é considerado "vital", e Guedes já avisou que da seara dele não está disposto a abrir mão das presidências dos três maiores bancos federais (BB, Caixa e BNDES), sob o risco de sair do governo.

Novaes manifestou a Guedes o desejo de deixar o cargo há cerca de um mês, dizendo que queria retornar ao Rio para ficar próximo da família. Pediu a liberação como "presente de aniversário" em agosto.

Fake news. O BB foi proibido em maio de veicular publicidade em sites, blogs, portais e redes sociais acusados de espalhar fake news. Em recurso apresentado esta semana, o banco pediu à Corte de Contas que reverta a decisão e afirmou que não financia fake news.

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De acordo com a instituição a decisão do TCU de suspender a publicidade do BB em sites e blogs, além de jornais e revistas com menos de dez anos de existência, teria afetado o resultado da instituição financeira nas redes. As solicitações de abertura de contas digitais e os pedidos de cartão Ourocard feitos por não-correntistas caíram 30%.

O BB também teria perdido relevância entre os usuários de internet. O alcance da instituição caiu de um público-alvo de 100 milhões para 30 milhões. Nas redes sociais, as publicações, que antes chegavam a 5 milhões de usuários por campanha, caíram para 20 mil.

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Privatização. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Guedes chegou a criticar a atuação de Novaes à frente do BB. Ele disse que o governo "faz o que quer" com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB "não consegue fazer nada", mesmo tendo um "liberal lá" - em referência a Novas, que estava no encontro. "Tem de vender essa porra logo", disse Guedes.

Para Guedes, o Banco do Brasil "não é tatu nem cobra, porque ele não é privado, nem público". "Se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: bota o juro baixo, ele: não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam. . Aí se falar assim: bota o juro alto, ele: não posso, porque senão o governo me aperta. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização", afirmou o ministro da Economia durante encontro com ministros e outras autoridades.

Em abril, durante a crise da pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento para tentar evitar a propagação da doença, Novaes disse ao Estadão que "governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca". "As pessoas querem viver de seu esforço próprio."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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