MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Sistema de metas de inflação funciona bem no Brasil, afirma diretor do BC

Questionado sobre uma eventual mudança no regime de metas de inflação do parâmetro anual usado atualmente para um horizonte móvel, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, respondeu nesta segunda-feira, 5, que o regime de meta

Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos (via Agência Estado)

·
Escrito por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos (via Agência Estado)
Publicado em 05.06.2023, 13:38:00 Editado em 05.06.2023, 13:44:07
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Questionado sobre uma eventual mudança no regime de metas de inflação do parâmetro anual usado atualmente para um horizonte móvel, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, respondeu nesta segunda-feira, 5, que o regime de metas já funciona bem no Brasil. "O atual no modelo nos serve bem, nos ajuda a ancorar expectativas e controlar a inflação. Um segundo ponto é que uma mudança no modelo não deve impactar como a política monetária é conduzida. Se isso acontecer, pode afetar a credibilidade tanto do regime, como da atuação da política monetária", acrescentou, em palestra na 14ª Edição do Bradesco BBI London Conference.

continua após publicidade

O diretor admitiu que a meta calendário adiciona mais sazonalidade no debate e considerou que isso não é o ótimo. Mas ele lembrou que o Copom sempre enfatiza em suas comunicações qual é o horizonte relevante de suas decisões. "Acho que há uma confusão entre o horizonte de atingimento de meta e o período de verificação da meta. No final, o importante é horizonte relevante de política monetária", argumentou. "Esse horizonte depende do tipo de choque e deve ser flexível", concluiu.

Guillen ainda valorizou o instrumento da carta aberta ao fim do ano sempre que a meta de inflação não é atingida. "Eu gosto da carta de justificativa", afirmou.

continua após publicidade

Boa notícia

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse ainda que há boas notícias na inflação na margem em alimentos e bens industriais. "Há um sinal bom de atacado, mas o quanto isso será repassado para o mercado consumidor ainda é debatido. Em bens industriais, há ajuda do atacado e da normalização de cadeias. Mas alimentos e bens industriais têm menos inércia que serviços", ponderou.

Ele lembrou que as expectativas de inflação para 2024 ainda estão acima de 4,00%, e acima da meta - cujo centro para o próximo ano é de 3,00%.

continua após publicidade

Citou também os efeitos do debate fiscal sobre a alta das expectativas de inflação, bem como as discussões sobre o nível das metas dos próximos anos.

Serviços e núcleos

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse que a instituição segue atenta à dinâmica de inflação e de núcleos. "Estamos olhando para a inflação de serviços e núcleos e vendo o que é preciso para levar a inflação para as metas. Olhar a inflação de serviços nos ajuda a medir o hiato do produto", afirmou.

continua após publicidade

Atividade

Guillen disse que o BC enxerga alguma desaceleração na atividade doméstica, mas com resiliência. Segundo ele, há alguns ruídos nos dados de atividade no Brasil. "A surpresa do PIB do primeiro trimestre foi principalmente em agricultura", destacou o diretor. "As pessoas estão citando a política fiscal, o juro neutro e o desempenho do agro como fatores para surpresa no PIB", completou.

continua após publicidade

Emprego

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse também que o mercado de trabalho está mais resiliente que o esperado e destacou que a dinâmica do emprego formal chama a atenção. "O desemprego está estável nos últimos meses, mas muito aquém do pré-pandemia", afirmou.

Guillen destacou ainda que os benefícios sociais cresceram no último ano, enquanto os salários avançaram na margem. "A queda da taxa de participação no Brasil pode estar relacionada a benefícios sociais", avaliou.

Segundo ele, o BC não enxerga eventuais disfuncionalidades no mercado de capitais derivadas de eventos de grandes empresas. Neste ano, um destes eventos foi o caso das Lojas Americanas, empresa que entrou em recuperação judicial depois de anunciar que sua dívida era maior que a anteriormente divulgada.

Dívida das famílias

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse também que a desaceleração de crédito veio em linha com o esperado, com mudança no mix entre modalidades de financiamentos.

"As famílias estão mais endividadas que firmas neste ciclo. Por isso, o aperto de crédito vai afetar mais o consumo. Não tenho uma resposta quantitativas, mas é algo que temos que manter em vista", afirmou o representante do BC, na palestra na 14ª Edição do Bradesco BBI London Conference.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Sistema de metas de inflação funciona bem no Brasil, afirma diretor do BC"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!