Os petroleiros vão se encontrar na sexta-feira, 27, com o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, informaram os dois principais sindicatos da categoria. O objetivo é apresentar as pautas da categoria e principalmente cobrar promessas de campanha, como o fim da política de paridade de importação (PPI).
Às 15 horas, Prates vai receber a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e às 16h30, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
A FNP vai levar a Prates estudos realizados pelo Observatório Social do Petróleo (OSP), mantido pela entidade, que apontam ser possível vender combustíveis no Brasil a preços mais acessíveis, a partir da desvinculação da cotação internacional, e considerando os custos de produção nacional de petróleo e de refino.
"A Petrobras tem uma estrutura de custos que permite vender os combustíveis a preços mais baratos do que os atuais valores internacionais. Produzimos no Brasil a maior parte do petróleo e combustível que consumimos e o custo dessa produção não sofreu mudanças nos últimos anos, à exceção do que se paga de participações governamentais, cujos valores variam junto ao preço do Brent", afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiros de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
Com a política do PPI, adotada na Petrobras por Pedro Parente, em 2016, e mantida pelos dois últimos governos, o preço dos combustíveis no Brasil é estabelecido pela simulação do custo de importação.
Segundo o economista, é urgente que o governo tome medidas em relação à atual política de preços, pois a isenção de impostos federais dos combustíveis termina no final de fevereiro e o cenário poderá ficar mais complicado no mercado internacional nos próximos meses, quando também serão iniciadas as sanções ao petróleo russo
"A União Europeia anunciou restrições à importação de diesel russo e estão acontecendo paradas programadas para manutenção de refinarias nos Estados Unidos, que são a principal alternativa para o fornecimento de diesel aos países da Europa Ocidental, situação que deverá elevar ainda mais o preço dos combustíveis", alerta.
Além disso, a direção da FNP pretende debater com o novo presidente da Petrobras o fim das privatizações, demandas do setor de óleo e gás e também dos trabalhadores, ativos e aposentados, próprios e terceirizados da estatal.
"A FNP defende uma Petrobras forte, integrada e motriz de um país desenvolvido e soberano, para que, por exemplo, o conhecimento técnico e prático do mercado de biocombustíveis e renováveis, aprimorado na Pbio, permaneça na companhia, para que o País possa usufruir dessa expertise em seus atuais e futuros investimentos de baixo carbono", destaca o diretor da FNP e do Sindipetro-RJ, Eduardo Henrique Soares da Costa.
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