O auditório do Ministério da Fazenda, tradicionalmente ocupado apenas por jornalistas durante as coletivas de imprensa sobre as divulgações da pasta, ficou cheio com a presença de diversos servidores do Tesouro Nacional, que fizeram uma espécie de protesto silencioso pelas reivindicações da categoria nesta quinta-feira, 5. A manifestação foi classificada pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, como "legítima e respeitosa", e ganhou a atenção do chefe do órgão antes da apresentação sobre os dados do Tesouro registrados em julho.
A divulgação do resultado do Governo Central no mês retrasado aconteceu somente nesta quinta-feira justamente em razão da operação-padrão adotada pelos servidores públicos da carreira de finanças e controle, que ficam lotados na Controladoria-Geral da União (CGU) e no Tesouro Nacional. Tradicionalmente, os dados do Tesouro são apresentados na última semana do mês, referente ao mês anterior.
"A presença dos servidores busca deixar evidente a insatisfação com alguns pontos em relação a essas negociações e de forma legítima trazer à baila esses pleitos e quão importantes são os serviços mostrados pelo Tesouro. Servidores estão aqui de forma legítima e respeitosa fazendo manifestação, e portanto têm meu respeito e admiração", disse Ceron.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical), a carreira promove paralisações pelo quinta semana consecutiva. Os servidores fizeram uma greve de 24 horas na terça-feira, 3.
"A mobilização já está gerando impactos significativos em diversas áreas de atuação de ambos os órgãos. No Tesouro Nacional, os repasses dos programas Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), Proex (Programa de Financiamento à Exportação) e Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) estão atrasados, o que poderá dificultar a concessão de créditos pelos bancos", afirmou o sindicato em nota divulgada no início da semana.
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