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Sem divisões, Copom eleva Selic em 0,25 ponto; nos EUA, corte de 0,50

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 18, um aumento de 0,25 ponto porcentual para a taxa básica de juros, que passou de 10,5% para 10,75% ao ano. Foi a primeira alta da Selic desde o início do atual mandato

Cícero Cotrim e Célia Froufe (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim e Célia Froufe (via Agência Estado)
Publicado em 19.09.2024, 07:31:00 Editado em 19.09.2024, 07:35:23
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 18, um aumento de 0,25 ponto porcentual para a taxa básica de juros, que passou de 10,5% para 10,75% ao ano. Foi a primeira alta da Selic desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - um ferrenho crítico da atual política monetária. O último aumento da taxa havia sido em agosto de 2022 (13,75%).

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A decisão foi unânime entre os integrantes do colegiado, com o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, votando com o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Galípolo foi o nome indicado por Lula para assumir o comando do BC a partir de 2025, com o fim do mandato de Campos Neto, e existia no mercado o receio de que uma cisão do Copom pudesse indicar no futuro uma postura mais leniente com o controle da inflação.

Questionado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou não ter sido "surpreendido" pela decisão, mas que só faria comentários após a publicação da ata da reunião - prevista para a próxima terça-feira.

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A "superquarta", como foi chamada no mercado, também teve decisão do Federal Reserve (Fed). Diferentemente do Copom, o banco central americano decidiu cortar a taxa básica do país em 0,5 ponto, na primeira redução desde 2020. Entre as razões apresentadas, está a "maior confiança" na redução dos preços (mais informações na pág. B5).

No comunicado divulgado após a reunião, o Copom disse que a alta da Selic é resultado de um cenário marcado por resiliência na atividade econômica doméstica, por pressões no mercado de trabalho e expectativas "desancoradas" para a inflação - isto é, distantes da meta oficial, de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto.

O colegiado disse ainda "que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação" (avaliação que não apareceu, claramente, em comunicados anteriores), e que o resultado das próximas reuniões até o fim do ano (em novembro e dezembro) "dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

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Até ontem à noite, a previsão mais forte entre os analistas continuava sendo de pelo menos mais dois aumentos de 0,25 ponto no ano e de um terceiro na mesma magnitude em janeiro, levando a Selic a 11,5%.

O anúncio do Fed ainda pegou o mercado aberto no Brasil. O dólar chegou a ser vendido a R$ 5,41 no meio da tarde, para fechar a R$ 5,46 (recuo de 0,48%). Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa, registrou queda de 0,90%, com os investidores preferindo cautela antes da decisão do Copom.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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