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Saldo de emprego cai 26,3% em 2023 e fica em 1,48 milhão de vagas formais

O Brasil gerou 1.483.598 empregos formais (com carteira assinada) em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho. Em comparação com os 2.013.261 postos criados e

Amanda Pupo e Sheiyla Santos (via Agência Estado)

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Escrito por Amanda Pupo e Sheiyla Santos (via Agência Estado)
Publicado em 31.01.2024, 07:15:00 Editado em 31.01.2024, 07:20:10
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O Brasil gerou 1.483.598 empregos formais (com carteira assinada) em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho. Em comparação com os 2.013.261 postos criados em 2022, o saldo ficou 26,3% menor.

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O resultado de 2023 decorreu de 23.157.812 admissões e de 21.774.214 demissões, o segundo pior resultado desde 2020 - quando houve uma mudança na metodologia, com o início de uma nova série histórica. Em dezembro, o saldo ficou negativo em 430.159 vagas, após a criação de 125.027 postos em novembro (dado revisado ontem).

O mercado financeiro esperava um novo avanço do emprego no ano, mas o resultado veio abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que indicava abertura de 1.538.250 postos de trabalho. As estimativas variavam entre abertura de 1.444.786 a 1.836.747 vagas em 2023.

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Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre contribuiu para que 2023 fechasse com resultado abaixo do que havia sido projetado pela pasta em novembro - um saldo positivo entre 1,9 milhão e 2 milhões de vagas.

"Houve uma desaceleração no segundo semestre. Se tivesse acelerado, ia ser maior a contratação", afirmou. "Temos um problema de déficit muito grande, que vem, em grande parte, herdado do último ano do governo Bolsonaro."

Marinho citou como desafios para o mercado de trabalho o alto patamar de juros e de endividamento, com impacto direto na renda, e um possível aumento da informalidade no setor da agricultura. "Quanto mais o mercado for formal, maior será a segurança dos trabalhadores", disse. "Há uma rotatividade extravagante (no mercado de trabalho). Está muito flexível para uma economia como a do Brasil", disse.

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A abertura das vagas de trabalho com carteira assinada foi puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 886.223 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 276.528 vagas. Já a indústria geral gerou 127.145 vagas, enquanto houve um saldo de 158.940 contratações na construção civil. A agropecuária registrou a abertura de 34.762 vagas no ano.

'Arrefecimento'

Para o head de pesquisa macroeconômica da Knitro Capital, João Savignon, os dados do mês passado são condizentes com a desaceleração em curso de toda a atividade econômica. "Apesar de ter havido certa surpresa negativa na margem, com um número de desligamentos maior que o projetado em dezembro, olhando sob um horizonte mais amplo o desempenho está conforme o esperado", afirma.

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Segundo ele, o País vem de uma criação acima de 2 milhões de empregos formais em 2022, desacelera agora para pouco menos de 1,5 milhão e "deve seguir nessa tendência". "Não é que teremos um mercado de trabalho frouxo agora, é um arrefecimento", emenda. A Knitro projeta saldo líquido positivo de pouco mais de 1,2 milhão de vagas no Caged de 2024.

Já o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, prevê desaceleração para um saldo de 1,1 milhão de vagas neste ano. Para ele, os resultados do Caged em dezembro corroboram a visão de desaceleração suave do mercado de trabalho.

"As contratações totais cresceram 1,2% em dezembro, para 1,935 milhão, nível historicamente alto. Em média, houve incremento mensal de 0,8% nas admissões ao longo de 2023", escreveu ele. "Por sua vez, os desligamentos totais subiram 1,8%, para 1,882 milhão, o patamar mais elevado do último ano. Esse aumento veio acima do esperado, explicando a diferença entre a nossa projeção e o resultado observado no saldo total em dezembro." (COLABORARAM MARIANNA GUALTER e DANIEL TOZZI MENDES)

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