O ministro da Casa Civil, Rui Costa, chamou de "insensibilidade" e disse que "não tem razão que explique" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75%, anunciada nesta quarta-feira, 22.
Costa afirmou que "essa decisão não é o que o governo esperava". "O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros. Não dá pra compreender essa decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%, já que este porcentual foi adotado quando a inflação chegou no patamar de 10%. Hoje a inflação já caiu à metade, que é 5%. Não tem razão que explique a motivação do Banco Central em adotar essa medida", criticou o ministro.
Costa ressaltou que a manutenção da atual taxa básica de juros atinge a população mais pobre do País. "Com essa taxa de juros, empresários não conseguem investir e o País não gera empregos. A população perde muito e quanto mais pobre, maior o prejuízo. Esta insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender."
"Não tem país no mundo que pratique juros tão altos como o Brasil. Não tem razão econômica que explique essa decisão", concluiu, ao lembrar que o País tem a maior taxa real de juros do mundo.
Ao comentar o assunto hoje pela manhã, o ministro disse a jornalistas que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, prestava um "desserviço" ao Brasil por manter a Selic alta e que o governo tem uma reação ensaiada caso o Copom resista a reduzir a Selic. Segundo ele, a gestão deve redobrar as críticas a Campos Neto.
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