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Rentabilidade dos exportadores cresce apenas 7,3% em uma década

Em uma década, o ganho do exportador brasileiro ficou praticamente estagnado, mesmo com a forte desvalorização do real nesse período. Na prática, o empresário viu a perda de valor da moeda - uma cobrança tão recorrente da indústria - ser corroída pelo aum

Luiz Guilherme Gerbelli e Anna Carolina Papp (via Agência Estado)

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Escrito por Luiz Guilherme Gerbelli e Anna Carolina Papp (via Agência Estado)
Publicado em 03.02.2023, 17:05:00 Editado em 03.02.2023, 17:10:34
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Em uma década, o ganho do exportador brasileiro ficou praticamente estagnado, mesmo com a forte desvalorização do real nesse período. Na prática, o empresário viu a perda de valor da moeda - uma cobrança tão recorrente da indústria - ser corroída pelo aumento de custos externos e internos.

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Segundo dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) obtidos com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, na comparação entre o acumulado de janeiro a novembro de 2022 e o mesmo período em 2012, a rentabilidade das exportações cresceu apenas 7,3%. No caso da moeda, cada dólar custava, em média, R$ 1,95 há uma década e, em 2022, estava em R$ 5,15.

"Depois do início da covid, houve uma tendência de alta dos preços dos produtos que o Brasil exporta e uma depreciação do real, mas o custo corroeu todo o ganho dessas duas variáveis", afirma Daiane Santos, economista da Funcex e autora do levantamento.

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A pandemia de covid-19 provocou uma desorganização do comércio internacional, com interrupção nas cadeias globais de fornecimento. O resultado foi um aumento dos custos de se fazer negócio entre os países, com preços mais altos de insumos e commodities. O frete e o aluguel de contêineres para a exportação também encareceram.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no ano passado 90% de todas as importações brasileiras foram compostas por insumos, bens intermediários e bens de capital.

No levantamento mais recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em dezembro, a participação de insumos importados chegou a 24,3% do total utilizado pela indústria. Em 2019, correspondia a 22,7%.

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Setores

Nos setores não industriais, como a agropecuária, por exemplo - em que há uma dependência menor de insumos importados -, houve um ganho de 26% na rentabilidade de 2012 para 2022, aponta o estudo. Na indústria extrativista, foi registrada uma queda de 10%. Na de transformação, a alta foi de 6%.

"No setor de alimentos, papel e celulose, a desvalorização cambial até ajuda, mas isso não é verdade para parte da indústria que depende de muito insumo importado", diz Renato da Fonseca, superintendente de desenvolvimento industrial da CNI.

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José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca que o déficit da balança comercial brasileira de manufaturados vem crescendo de forma contínua. "No ano passado, atingimos um recorde: um déficit de US$ 128 bilhões", diz.

No ramo de máquinas e equipamentos, o aumento de custos dos últimos dois anos mitigou a melhora dos números de exportações - os dados da Funcex mostram uma rentabilidade estagnada na última década. A inflação do setor foi de 17,6%, no ano passado, e de 25% em 2021.

"A desvalorização cambial não acompanhou", afirma José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). "Todo aumento de custo, com frete e contêiner, não é possível de ser repassado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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