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Recuo de commodities deve frear PIB em 2023

O choque de alta das commodities nos últimos meses deve servir de impulso para a economia do Brasil neste ano, por causa das exportações e seus efeitos financeiros. O vento, no entanto, poderá mudar em 2023. Vários economistas consideram em seus cenários

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.05.2022, 08:30:00 Editado em 09.05.2022, 08:35:22
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O choque de alta das commodities nos últimos meses deve servir de impulso para a economia do Brasil neste ano, por causa das exportações e seus efeitos financeiros. O vento, no entanto, poderá mudar em 2023. Vários economistas consideram em seus cenários de médio prazo uma perda de fôlego nas cotações no próximo ano.

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Relatório do Banco Mundial projeta alívios nas cotações das matérias-primas, em 2023 e 2024. Nas projeções do banco, as commodities energéticas deverão recuar, em média, 12,4% em 2023 e 11,9% em 2024. Já o preço das "commodities não energéticas" deverão cair, em média, 8,8% no próximo ano e 3,2% em 2024.

Na mesma linha, o Bradesco projeta um quadro de preços de commodities pressionados no curto prazo, mas com um alívio no médio prazo. Nas contas dos economistas Thiago Angelis e Myriã Bast, que assinam o relatório, os preços globais das matérias-primas estão em média 35% acima dos valores indicados pelos fundamentos da economia global, como oferta e demanda.

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Recentes revisões de cenário citaram a moderação nas cotações de commodities a partir de 2023. No mês passado, o Itaú revisou a projeção de crescimento econômico no Brasil em 2022 para 1%, ante 0,2% estimado anteriormente, mas baixou a estimativa de 2023 para 0,2%, ante 0,5% anteriormente, "considerando os juros mais elevados e a expectativa de alguma queda de preços de commodities".

A MB Associados fez movimento semelhante. Elevou a projeção de crescimento deste ano de zero para 0,5%, mas cortou a estimativa de 2023 também para 0,5%, ante o 1,2% projetado anteriormente. A perda de força esperada nas cotações de commodities é um dos elementos que levaram o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a reduzir a projeção para o próximo ano.

"Tem dois elementos centrais, um doméstico e um externo, para justificar esse crescimento fraco no ano que vem. O externo é um crescimento mais fraco, uma economia americana talvez em recessão. Isso já jogaria preço de commodity para baixo", afirmou Vale. "Aqui dentro, a gente tem um cenário de juros."

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NORMALIZAÇÃO

Mais otimista, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima crescimento econômico de 1,1% em 2022, seguido de um avanço de 1,7% em 2023. O cenário considera a normalização dos preços de commodities após a resolução do conflito na Ucrânia, a manutenção da sustentabilidade da dívida pública e a melhora da pandemia, explicou Francisco Luna, diretor do Ipea.

"O cenário de 2022 considera que a guerra da Ucrânia tenha efeito (de alta) sobre preços de commodities. Em 2023, consideramos como cenário de referência que a guerra vá acabar. Nossa projeção considera commodities com preços normais", diz. Segundo Luna, o arrefecimento nos preços das commodities deixa de alavancar segmentos produtores e exportadores, mas, por outro lado, pode permitir que a inflação convirja para a meta perseguida pelo Banco Central em 2023, abrindo espaço para reduções na taxa básica de juros.

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Seguindo esse raciocínio, Bráulio Borges, economista da LCA, vê um saldo positivo, no médio prazo. No curto prazo, diz ele, a correção para baixo nas cotações é desfavorável para a atividade, mas, depois, pode favorecer o crescimento se vier acompanhada de alívio na política monetária.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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