Os recordes na produção de soja, com alta de 27,1% em 2023 ante 2022, e de milho, que avançou 19% na mesma comparação, impulsionaram o PIB da agropecuária, que subiu 15,1% no ano passado, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi um crescimento recorde para agropecuária na série histórica do IBGE, iniciada em 1996, e para as lavouras dos dois produtos mencionados.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, com esse desempenho, a agropecuária foi a atividade que mais contribuiu para o resultado do PIB de 2023, que cresceu 2,9% ante 2022 e somou R$ 10,9 trilhões. "Um terço do crescimento econômico em 2023 se deveu ao avanço da agropecuária", disse.
Quando somado ao resultado da indústria extrativa, puxada pela produção de minério e óleo e gás, as duas atividades responderam sozinhas pela metade da expansão do PIB em 2023. A especialista observou que esses dois setores foram os menos afetados pela pandemia de covid-19. "A agropecuária teve ganho de peso no PIB com a pandemia. Foi o setor que menos sofreu", disse.
Por ter "encadeamento" com outras atividades, a agropecuária ainda contribuiu de forma significativa para as exportações, observou a pesquisadora.
Palis disse que uma "conjunção de fatores" ajudou no crescimento da atividade no campo, o que passa pelo clima e o maior consumo de alimentos.
Comportamento em 2023
Ao observar o comportamento ao longo de 2023, Palis disse que o crescimento se concentrou no primeiro semestre do ano, e que no quarto trimestre de 2023, o PIB da agropecuária ficou 16,4% abaixo do pico registrado no primeiro trimestre daquele ano.
As contribuições negativas para o setor, mostrou o IBGE, ficaram a cargo da produção de laranja (-7,4%), arroz (-3,5%) e trigo, que caiu 22,8% em 2023 ante 2022.
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