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Quem for comprar a casa própria vai encontrar preços maiores, afirma presidente da CBIC

Quem for comprar um imóvel novo vai se deparar com preços maiores ao longo dos próximos meses, avisou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia. A situação reflete a escalada nos custos das obras, segundo ele. "A

Circe Bonatelli (via Agência Estado)

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Escrito por Circe Bonatelli (via Agência Estado)
Publicado em 28.10.2024, 13:19:00 Editado em 28.10.2024, 13:24:24
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Quem for comprar um imóvel novo vai se deparar com preços maiores ao longo dos próximos meses, avisou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia. A situação reflete a escalada nos custos das obras, segundo ele.

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"A situação vai gerar o repasse de custo maior para o preço dos imóveis. Quem for comprar a casa própria vai encontrar preços maiores. Não tem jeito, as empresas têm que preservar as margens (de lucro)", disse Correia, em entrevista à imprensa após apresentação de dados do setor.

A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, apontou uma tendência de alta nos custos de construção. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) já subiu 5,48% nos últimos 12 meses encerrados em setembro, enquanto a inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou 4,42% no mesmo período. "Ou seja, o custo de construção está acima da inflação do país", enfatizou Vasconcelos.

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O setor de construção está com uma demanda aquecida por mão de obra, mas tem faltado trabalhadores qualificados, o que gera uma elevação nos salários. Com isso, a componente 'mão de obra' dentro do INCC subiu 7,7% nos últimos 12 meses, pressionando os custos setoriais.

Além disso, os custos dos materiais de construção voltaram a subir nos últimos meses, configurando uma tendência de alta, apontou Vasconcelos. Ao longo de 2023, os materiais vinham mostrando deflação, mas essa tendência se reverteu, e esses itens passaram a subir rapidamente desde março, chegando a 3,89% nos últimos 12 meses. "O custo com material vem registrando aceleração e volta a preocupar o setor construtor", disse a economista.

Atualmente, as maiores preocupações para o empresário da construção são, nesta ordem: carga tributária elevada; custo e/ou falta de mão de obra qualificada; e taxa de juros elevadas. A economista comentou que o ciclo de alta da Selic, iniciado recentemente, também passa a pressionar o custo do financiamento para o setor. "Esses fatores formaram uma 'tempestade perfeita' para o setor da construção", enfatizou.

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Empreendimento com dificuldade de fazer o repasse

O presidente da CBIC alertou que há incorporadoras com dificuldade de encaminhar o cliente para o financiamento bancário no momento de entrega das chaves do imóvel vendido na planta.

A situação, segundo ele, decorre, da elevação dos juros no País e da falta de recursos para abastecer os financiamentos. "Tem muito empreendimento com dificuldade de fazer o repasse", disse Correia.

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Diante dessa situação, o presidente da CBIC reiterou o pleito para que ocorra a liberação dos depósitos compulsórios dos bancos e o seu direcionamento para o crédito imobiliário. Essa medida serviria para dar amenizar a situação de aperto até um momento mais favorável nos próximos, quando há expectativa de uma possível redução dos juros. O Banco Central (BC), entretanto, não tem indicado apoio. "O BC entende que não é um remédio definitivo", comentou Correia.

A proposta consiste na redução de 5% no compulsório bancário com o objetivo de direcionar o dinheiro para os financiamentos de imóveis. Essa sugestão foi encaminhada para a autoridade monetária no início de 2023 pelos representantes do setor da construção, entre eles Abrainc, CBIC, Secovi e Sinduscon. Ao longo do ano, os bancos aderiram, sob liderança da Abecip.

Por trás dessa movimentação está a preocupação com os juros altos do crédito imobiliário, que inibem lançamentos e vendas. Uma das razões para isso é o encarecimento das fontes de recursos que os bancos usam para conceder empréstimos.

Os últimos anos foram marcados por perda de recursos das cadernetas de poupança - fonte de recursos com menor custo para o crédito - e a necessidade de utilização de outras fontes de mercado pelos bancos, geralmente atreladas ao CDI.

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