O recuo de 0,2% no consumo das famílias no quaro trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023 foi o primeiro resultado negativo após uma sequência de nove trimestres consecutivos de avanços. O resultado, porém, foi considerado uma estabilidade, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Consideramos estabilidade", afirmou Palis. "O consumo das famílias cresceu na comparação interanual."
Segundo a coordenadora do IBGE, embora a massa de salários em circulação na economia venha crescendo, a renda pode ser direcionada para outras finalidades que não o consumo.
"A massa salarial pode ser usada para poupar, para quitar dívida. Então pode usar a massa para outras questões que não o consumo", lembrou Palis.
Enquanto o Consumo do governo renovou patamar recorde no quarto trimestre de 2023, o consumo das famílias ficou ligeiramente abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2023.
No ano de 2023 em relação a 2022, o consumo das famílias avançou 3,1%, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE. O avanço foi impulsionado pela melhora no mercado de trabalho, alta na massa salarial, programas de governo de transferências de renda e arrefecimento do patamar de inflação no País.
"Apesar do programa de governo para melhorar isso, a gente ainda tem um elevado grau de endividamento das famílias", ponderou Palis.
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