A queda de 2,7% em junho ante maio na produção industrial de São Paulo, maior parque fabril do País, foi a mais acentuada desde janeiro, quando havia encolhido 3,2%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado anulou inteiramente a expansão observada em maio, de 2,7%, além de eliminar parte do ganho de 3,6% acumulado nos três meses anteriores.
Na passagem de maio para junho, os principais impactos negativos partiram dos setores de derivados de petróleo, farmacêutica e veículos automotores, apontou Bernardo Almeida, analista do IBGE responsável pela pesquisa.
"São Paulo realmente funciona como lanterna. Todo mundo olha mais para São Paulo por causa da concentração do parque industrial", confirmou Almeida. "Ainda não podemos dizer que esse resultado em junho é sinalizador de que o resultado não será tão bom para frente. É preciso aguardar."
Segundo o pesquisador do IBGE, apesar da oscilação recente, os setores que integram a indústria paulista mostram de forma disseminada uma moderação e cautela na produção, de forma a adequar a oferta à demanda pelos produtos industriais.
"São Paulo vem com um movimento bem parcimonioso, bem moderado", disse Almeida.
Em junho, a indústria de São Paulo voltou a operar em patamar 2,6% aquém do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. A produção paulista está 24,3% abaixo do pico atingido em março de 2011.
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