A queda de 0,31% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em janeiro foi decorrente de reduções em oito das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês de janeiro, as quedas de preços mais acentuadas ocorreram em refino de petróleo e biocombustíveis (-4,77%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-2,03%), papel e celulose (-1,24%), máquinas e materiais elétricos (-1,01%) e alimentos (-0,74%).
O setor de refino de petróleo e biocombustíveis deu a maior contribuição para a deflação na indústria no mês, -0,51 ponto porcentual, seguido por alimentos, com impacto de -0,18 ponto porcentual.
"Esse desempenho de refino acontece depois de quatro altas consecutivas. Os preços do óleo diesel, produto com maior peso na atividade, foram os principais responsáveis, já que estão em trajetória de queda nas refinarias desde dezembro de 2023. O álcool também não está com grande demanda, além de contar com uma boa safra da cana-de-açúcar, influenciando no resultado", justificou Murilo Alvim, analista do IPP no IBGE, em nota oficial.
No caso de alimentos, Alvim cita influência dos recuos nos preços do açúcar e dos derivados de soja.
Na direção oposta, os preços das indústrias extrativas subiram 4,64%, maior pressão sobre o IPP do mês, 0,23 ponto porcentual. A segunda maior contribuição positiva foi de metalurgia, com alta de 1,14% nos preços e impacto de 0,07 ponto porcentual.
"Assim como ocorreu no mês passado, a elevação nos preços do minério de ferro foi determinante para esse resultado. A alta verificada em indústrias extrativas foi a maior dentre todos os setores analisados, impactando também outras atividades, como a metalurgia, por conta da alta dos produtos siderúrgicos, que utilizam o minério de ferro como principal insumo", completou Alvim.
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