A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 8, indicou que a projeção para o IPCA de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,4% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é a mesma do Copom anterior, em junho, e está acima do centro da meta de 3,0%.
Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,0% - o que coincide com o alvo central para o ano -, contra 3,1% em junho. Já para 2023, a expectativa do BC no cenário de referência é de 4,9%, ligeiramente mais baixa do que a projeção do Copom anterior (5,0%), mas ainda acima do teto da meta de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de rompimento do objetivo principal do BC.
Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom iniciou o ciclo de corte da Selic (a taxa básica de juros) com queda de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade.
O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 4,75 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência. O BC ainda considera a hipótese de bandeira tarifária "verde" na conta de luz para o fim de 2023, 2024 e 2025.
No comunicado e na ata, o Copom indicou que deve manter o mesmo ritmo de corte de juros nas próximas reuniões. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário."
O colegiado ainda destacou que o orçamento total de queda da Selic vai depender da "evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".
Administrados
Em relação aos preços administrados, a ata repetiu as projeções já informadas no comunicado de 9,4% para 2023, 4,6% para 2024 e 3,5% para 2025. Em junho, as projeções eram de 9,0%, 4,6% e 3,4%, respectivamente.
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