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Presidente do Fed diz que há incertezas elevadas sobre riscos de alta da inflação nos EUA

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que há incertezas elevadas sobre os riscos de novas pressões inflacionárias nos Estados Unidos. "A inflação diminuiu significativamente nos últimos dois anos, m

Aline Bronzati (correspondente) e Laís Adriana (via Agência Estado)

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Escrito por Aline Bronzati (correspondente) e Laís Adriana (via Agência Estado)
Publicado em 18.12.2024, 17:54:00 Editado em 18.12.2024, 18:01:02
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que há incertezas elevadas sobre os riscos de novas pressões inflacionárias nos Estados Unidos. "A inflação diminuiu significativamente nos últimos dois anos, mas continua um pouco elevada em relação às nossas estimativas de meta de longo prazo de 2% ao ano", disse ele, em coletiva de imprensa, nesta tarde. Por outro lado, Powell destacou que o crescimento econômico acima de 2% nos EUA sinaliza uma "economia forte".

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Conforme ele, a proximidade do nível neutro dos juros permite uma postura cautelosa do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). "A política está bem posicionada para lidar com os riscos e incertezas que enfrentamos ao perseguir ambos os lados do nosso mandato duplo", disse.

Confiança

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Powell afirmou que está confiante que a inflação está em uma trajetória de queda nos Estados Unidos, embora em um ritmo mais lento. Segundo ele, os preços deveriam estar caindo, mas estão "intactos" por diversos motivos como, por exemplo, pressões dos setores de morarias e de serviços. "Ainda estamos nos desfazendo dos grandes choques que a economia teve em 2021 e 2022, por exemplo, em habitação, serviços e agora também em seguros, em particular onde os custos aumentaram, e agora estão sendo refletidos mais tarde no seguro habitacional", explicou.

Na sua visão, pode levar mais um ou dois anos para inflação alcançar meta de 2%. Os indicadores, conforme ele, não apontam uma inflação "persistentemente alta" nos EUA, apenas uma "queda lenta". "É inflação real, mas não pressagia uma inflação persistentemente alta. Então, nós ainda sentimos que estamos no caminho certo para chegar a 2%, e isso pode levar mais um ou dois anos a partir daqui", projetou Powell.

Ele afirmou ainda que o Fed segue monitorando de perto o mercado de trabalho. De acordo com Powell, a redução acumulada de 100 pontos-base nos juros americanos feita até o momento foi suficiente para apoiar a maior economia do mundo. "Precisamos ver os efeitos que nossas decisões recentes terão sobre a economia", concluiu o banqueiro central.

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Efeitos de tarifas e inflação

O presidente do Federal Reserve afirmou que os efeitos de possíveis aumentos de tarifas comerciais na inflação durante a gestão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, serão enfrentados quando aparecerem. "Não podemos antecipar decisões sobre políticas que ainda não foram implementadas, não teremos respostas definitivas por algum tempo", disse.

Segundo Powell, o que o Comitê está fazendo é discutir caminhos para entender como as tarifas poderiam impactar a inflação, e ainda não está claro como o tema vai pesar sobre os preços no país, e se será um efeito prolongado. "Estamos tentando entender como a inflação pode ser impulsionada por tarifas, como as tarifas podem afetar a inflação na economia", disse.

O aumento de tarifas comerciais foi uma das principais bandeiras de campanha de Trump, que tem reforçado o tema desde que foi eleito, tendo a China como um dos principais alvos. Nesta semana, ele usou a palavra reciprocidade para justificar a posição que os EUA terão em se tratando de comércio em seu governo. Trump chegou a dizer que a Índia e o Brasil taxavam o país demais e que os EUA também responderiam na mesma dose.

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