O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, convidou o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitan Al Ghais, para visitar o Brasil. Natural do Kuwait, Ghais morou seis anos no Brasil, em razão do trabalho do pai, e fala português.
"Convidei Haitan Al Ghais a vir ao Brasil em uma data e para uma agenda que sugerimos nos próximos dias. Ele aceitou, e teremos novidades interessantes em breve. Tivemos boas conversas em Viena, e continuamos em contato. Pontos de vista bem convergentes", disse Prates em uma rede social neste domingo, 9.
Prates destacou a mensagem enviada pelo secretário da Opep ao grupo das sete maiores economias mundiais (G7) sobre a transição energética. "Vale a leitura para entender como a principal entidade setorial está reconhecendo e se preparando para realizar a transição energética", disse Prates na rede social.
O presidente da Petrobras tem afirmado que a transição energética para as petroleiras é mais que uma transição, "é uma verdadeira metamorfose energética. Ou seja, se transformar em outra coisa, sem parar de caminhar", explicou.
Em artigo dirigido ao G7, Ghais afirma que "pode não haver uma solução única para um futuro de energia sustentável, mas a colaboração e a ação inclusiva serão essenciais para alcançar uma transição justa e permanente".
O secretário da Opep lembra que a demanda global de energia vai crescer 23% até 2045, segundo o World Oil Outlook 2022, e atender a esse aumento com segurança energética, acesso global e redução de emissões vai exigir todas as energias, investimento e colaboração.
"Somente para a indústria do petróleo, que responderá por quase 29% das necessidades de energia do mundo até 2045, os requisitos globais de investimento totalizam US$ 12,1 trilhões de agora até lá. Isso equivale a mais de US$ 500 bilhões por ano", diz Ghais no artigo.
Ele ressalta que os níveis anuais recentes de investimentos ficaram significativamente abaixo desse valor, devido à desaceleração do setor, à pandemia e ao crescente foco em questões ambientais, sociais e de governança.
No artigo, Ghais argumenta que não está havendo investimento suficiente em todos os tipos de energia, principalmente se se levar em conta que existem 700 milhões de pessoas que ainda não têm acesso à eletricidade e 2,4 bilhões usam sistemas ineficientes e poluentes.
"O foco geral precisa estar na redução de emissões e no uso de todos os combustíveis em todo o mundo. Nesse sentido, não existe uma solução única para um futuro energético sustentável. O que é o caminho certo para um pode não ser o caminho certo para outro", afirma.
Emissões mínimas
Ghais finaliza o artigo, dizendo que aguarda com expectativa a realização da 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP28), em novembro, nos Emirados Árabes, país membro da Opep, onde será realizado o primeiro balanço geral desde o Acordo de Paris (COP 21).Ele destaca a declaração feita pelo presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, de que é preciso "energia máxima, emissões mínimas".
"Esta é uma lição importante para os líderes do G7 quando se reunirem em Hiroshima, pois planejamos uma transição energética ordenada, impulsionada pelos desafios de segurança energética, acessibilidade e sustentabilidade", explica. "Como observei em várias ocasiões, esperamos que o futuro veja investimentos e financiamento na transição energética com foco em uma abordagem de todos os povos, todos os combustíveis e todas as tecnologias", conclui Ghais.
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