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Presidência brasileira no G20 já conquistou adesão de 31 países à Aliança Global Contra a Fome

A presidência brasileira no G20 já tinha conquistado até a manhã desta segunda-feira, 11, a adesão de 31 países à Aliança Global Contra a Fome. Mais 27 já submeteram documentos, atualmente em processo de revisão, e outros 50 países manifestaram interesse

Daniela Amorim (via Agência Estado)

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Escrito por Daniela Amorim (via Agência Estado)
Publicado em 11.11.2024, 13:07:00 Editado em 11.11.2024, 13:12:08
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A presidência brasileira no G20 já tinha conquistado até a manhã desta segunda-feira, 11, a adesão de 31 países à Aliança Global Contra a Fome. Mais 27 já submeteram documentos, atualmente em processo de revisão, e outros 50 países manifestaram interesse em firmar o compromisso, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na adesão, os países não apenas assumem o comprometimento com a aliança, como também dizem como contribuirão para seus objetivos.

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"Trinta e um países já finalizaram esse processo, eles já submeteram, já foi aprovado. E 27 países já submeteram esses documentos, que estão sob revisão da presidência brasileira, e vai ser devolvido com comentários ou ratificado, endossado imediatamente", explicou Fabio Veras, diretor de Estudos Internacionais do Ipea, em entrevista durante a conferência do T20, grupo de representantes de "think-thanks" dos países do G20, no Rio de Janeiro. "Além desse 58, há outros 50 que já manifestaram o interesse, mas ainda não submeteram. Então mais de 100 países estão de alguma forma dialogando com a aliança para fazer parte dela."

A Aliança Global Contra a Fome foi uma das principais bandeiras defendidas pela presidência brasileira do G20. Segundo Veras, entre os países com adesão já aprovada, além do Brasil, estão Estados Unidos, China, Egito, Japão, Alemanha, Angola, África do Sul, Bangladesh, Reino Unido, Portugal, Ruanda, Espanha e Irlanda.

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"São países muito diferentes, países para os quais a questão da pobreza e da fome internamente talvez não seja muito relevante, mas que eles entendem que é impossível avançar num processo de desenvolvimento nacional e mesmo internacional sem tratar dessas questões, porque são essas questões sociais presentes que também causam deslocamento da população", pontuou Luciana Servo, presidente do Ipea, uma das instituições que coordenam o T20 durante a presidência do Brasil no G20. "Mostra que a gente já avançou muito para uma questão que começou a ser construída há poucos meses. Isso mostra também a força da liderança da diplomacia brasileira, do governo brasileiro, e a percepção que você tem sobre essa liderança internacionalmente", completou.

A Aliança Global contra a Fome será sediada na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, na Itália, mas o Ipea abrigará um de seus escritórios pelo mundo. O instituto brasileiro vai ser dedicar ao compartilhamento de conhecimento sobre o assunto, com objetivo de facilitar a troca entre países de informações sobre como desenhar programas de combate à fome.

"Essa foi de fato uma das grandes entregas da presidência brasileira do G20", avaliou Servo.

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Segundo ela, o Brasil conseguiu trazer de volta a discussão sobre pobreza, fome e desigualdade, como linha transversal dos grupos de discussões, mas "colocando uma entrega efetiva".

"Porque muitas vezes o G20 fica com recomendações, mas sem uma estratégia de implementação dessas recomendações", frisou Servo. "Além disso, a adesão está sendo alta."

A presidente do Ipea mencionou as discussões internacionais necessárias para que as ações sejam efetivamente implementadas, considerando os contextos de países afetados. Ela lembrou que pagamentos de dívidas externas por países mais vulneráveis impedem que os mesmos avancem em políticas de saúde, educação e acesso a serviços básicos.

"Então quando você está discutindo arquitetura financeira internacional e está discutindo fontes de financiamento, é claro que isso tem que ser no contexto multilateral. Porque a discussão, por exemplo, da taxação, da tributação dos super-ricos, ela não pode ser feita por um único país, porque senão você tem a evasão de capital de um país para o outro. Isso tem que ser feito no contexto global. Essa discussão da dívida também está relacionada a essa discussão da arquitetura financeira internacional e no multilateralismo, ou seja, da governança global", resumiu Servo.

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