MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Prates: Petrobras conversa com Bolívia de olho em aumento da oferta de gás

A pressão pelo aumento da oferta de gás natural no Brasil pode levar a Petrobras a voltar a investir na Bolívia, país que mudou as regras dos contratos com as petroleiras que atuavam no país em 2007.De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prate

Denise Luna (via Agência Estado)

·
Escrito por Denise Luna (via Agência Estado)
Publicado em 16.07.2023, 11:30:00 Editado em 16.07.2023, 11:34:50
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A pressão pelo aumento da oferta de gás natural no Brasil pode levar a Petrobras a voltar a investir na Bolívia, país que mudou as regras dos contratos com as petroleiras que atuavam no país em 2007.

continua após publicidade

De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, conversas já estão acontecendo com o governo do país vizinho e é possível um acordo para a volta dos investimentos da estatal brasileira.

Sob o governo de Evo Morales, a Bolívia mudou os contratos em 2007, de forma unilateral, o que desestimulou o investimento das petroleiras que atuavam no país, não apenas a Petrobras. Com isso, as reservas de gás bolivianas não evoluíram e hoje são ligeiramente superiores às da Petrobras, com 11 trilhões de pés cúbicos (FTCs), contra 10 FTCs da Petrobras. Com a mudança, as petroleiras ficaram com apenas 1% dos lucros obtidos pela produção.

continua após publicidade

"O goverment take (parte do governo) de lá é de 99%, sobra só 1% do lucro para o contratado, é um contrato de serviços. Então em termos fiscais, para todo mundo ficou um pouco agressivo e desinteressante", explicou Prates ao Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

"A gente quer conversar sobre os termos fiscais e contratuais que nos permitam investir novamente na Bolívia. E depois, vamos discutir questões operacionais mesmo, as regiões, o interesse das áreas do ponto de vista geológico", adicionou.

Prates descartou qualquer via ideológica nas ambições da Petrobras. Segundo ele, as reservas da Bolívia "são as mais alcançáveis do que em qualquer país e já existe uma infraestrutura amortizada, o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que está sendo subutilizado".

continua após publicidade

Em 2020, sob o governo Bolsonaro, a Petrobras abriu mão de receber 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia (m³/d), de um total de 30 milhões de m³/d. Por sua vez, a Bolívia tem reduzido ainda mais a oferta, principalmente no inverno, quando o volume chega a cair de 20 milhões de m3/d para 12 milhões de m³/d.

"Faz todo sentido olhar a outra ponta e dizer, tem gás aí? Você esta me pagando pouco, está ruim, vamos melhorar isso juntos para todos melhorarem. Tem que ser melhor para os dois lados, não quero chegar lá com um monte de advogado e professores para ensinar fazer contrato", explicou o executivo.

Em maio, Prates se encontrou com o presidente da Bolívia, Luis Arce, em Brasília, no evento de líderes dos países da América do Sul, realizado pelo governo federal, no Palácio do Itamaraty, e marcou uma nova reunião para o segundo semestre deste ano, em data a ser definida. "Queremos pegar folhas brancas e tentar montar um sistema que seja bom dos dois lados", afirmou Prates.

continua após publicidade

Ele alertou que os países que produzem petróleo, principalmente do mundo árabe (Emirados Árabe, Kwait, Catar, Arábia Saudita), querem que a mudança de carvão para gás natural seja reconhecida como um processo de descarbonização, como uma forma de fortalecer o mercado de Gás Natural Liquefeito (GNL).

"Na minha opinião, GNL é um mercado caro, e nós temos gás nos nossos territórios vizinhos, Argentina, Bolívia, Colômbia, e a gente consegue, no médio prazo, usar o gás que temos aqui, mas não dá para tudo, tem que priorizar alguma demanda", avaliou.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Prates: Petrobras conversa com Bolívia de olho em aumento da oferta de gás"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!