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Powell sinaliza mais algum aperto na política monetária mais adiante neste ano nos EUA

Depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter os juros estáveis entre 5,00% e 5,25% ao ano, o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou que mais algum aperto nas condições financeiras dos Estados Unidos pode vir à fre

Aline Bronzati (correspondente) e Gabriel Bueno da Costa (via Agência Estado)

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Escrito por Aline Bronzati (correspondente) e Gabriel Bueno da Costa (via Agência Estado)
Publicado em 14.06.2023, 17:43:00 Editado em 14.06.2023, 17:46:09
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Depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter os juros estáveis entre 5,00% e 5,25% ao ano, o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou que mais algum aperto nas condições financeiras dos Estados Unidos pode vir à frente. Por outro lado, disse que a autoridade monetária levará em conta efeitos atrasados no aperto monetário em curso nos Estados Unidos ao definir seus próximos passos.

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"Quase todos os participantes do Comitê esperam que seja apropriado aumentar um pouco mais as taxas de juros até o fim do ano", disse Powell, em coletiva de imprensa, nesta tarde.

Segundo ele, a extensão dos efeitos do aumento de cinco pontos porcentuais nos juros no país "parece incerta" e os dirigentes do Fed têm monitorado tais impactos na economia. Powell mencionou impactos no setor de habitação e nos investimentos das empresas. "Potenciais ventos contrários com aperto no crédito também foram levados em conta", acrescentou.

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Powell disse ainda que caso a economia dos EUA não caminhe como o esperado, o Fed deve revisar suas projeções. "Se a economia não evoluir como projetado, o rumo da política se ajustará conforme apropriado para promover nossas metas de máximo emprego e estabilidade de preços", concluiu.

Decisões reunião a reunião

O presidente do Federal Reserve evitou dar forward guidance, ou seja, projeção futura, para o processo de aperto monetário nos Estados Unidos. A despeito da pausa anunciada nesta quarta após dez elevações seguidas, as decisões continuarão sendo tomadas "reunião a reunião".

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"Continuaremos a tomar nossas decisões nos reunindo com base na totalidade dos dados recebidos e suas implicações nas perspectivas de atividade econômica e inflação, bem como no balanço de riscos", disse Powell.

Ele afirmou, porém, que moderar o aperto monetário nos EUA faz sentido à medida que o objetivo deste processo está mais próximo. "A manutenção de hoje é prolongamento da política recente (desde início do aperto)", disse o presidente do Fed.

Segundo Powell, a principal questão no front é determinar a extensão da política adicional que pode ser apropriada para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo. "Dado o quão longe chegamos, pode fazer sentido que as taxas subam, mas em ritmo mais moderado", disse ele.

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Julho em aberto

O presidente do Federal Reserve disse que a autoridade monetária ainda não decidiu qual será o rumo dos juros nos Estados Unidos em julho e que na próxima reunião todas as opções estarão na mesa.

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"Não houve nenhum tipo de debate inicial sobre a possibilidade de julho. É claro que surgiu na reunião, mas o foco estava no que fazer hoje", disse Powell. "Eu diria sobre julho duas coisas: que uma decisão não foi tomada e espero que seja uma reunião com opções em aberto", emendou.

Riscos para a inflação

O presidente do Federal Reserve alertou que, a despeito de sinais de desinflação em alguns setores da economia dos Estados Unidos, ainda há riscos de alta para a inflação do país. O processo para conter o custo de vida dos americanos será gradual, avaliou, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira.

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"Sempre dissemos e acreditamos que o processo de redução da inflação será gradual, levará algum tempo", afirmou Powell, ao ser sabatinado por jornalistas na sede do BC dos EUA, em Washington DC.

De acordo com ele, o BC dos EUA busca uma "evidência digna de crédito" de que inflação passou o pico e está caindo. Ao comentar o ambiente atual, afirmou que as cadeias de produção continuam a melhorar, que vários indicadores sugerem relaxamento no mercado de trabalho, mas que há apenas sinais iniciais de perda de fôlego da inflação em serviços.

Atividade

O presidente do Federal Reserve afirmou que a economia dos Estados Unidos tem crescido a um ritmo modesto neste ano após desacelerar "significativamente" em 2022.

Ao comentar a decisão de juros do BC dos EUA, Powell afirmou que as taxas mais altas já estão tendo impacto negativo nos investimentos das empresas americanas. Alertou, contudo, que o mercado de trabalho nos EUA ainda continua "apertado" a despeito de a taxa de desemprego ter subido, mas ainda permanecer em um patamar baixo.

"Há alguns sinais de que a oferta e a demanda no mercado de trabalho estão se equilibrando melhor. A taxa de participação na força de trabalho aumentou nos últimos meses", disse Powell.

Ele mencionou ainda que o crescimento dos salários nominais tem mostrado sinais de abrandamento e que as ofertas de emprego diminuíram neste ano, com a demanda por trabalho superando fortemente a oferta.

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