MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

PL que prevê barreira ambiental à UE é protocolada no Senado; Itamaraty diz ver sentido em ação

Indignados com possíveis barreiras não tarifárias da União Europeia (UE) sobre produtos agrícolas brasileiros, parlamentares elaboraram um Projeto de Lei (PL) para contrapor a criação de obstáculos sobre as mercadorias domésticas, como informou o Broadcas

Célia Froufe (via Agência Estado)

·
Escrito por Célia Froufe (via Agência Estado)
Publicado em 25.04.2023, 15:42:00 Editado em 25.04.2023, 15:47:23
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Indignados com possíveis barreiras não tarifárias da União Europeia (UE) sobre produtos agrícolas brasileiros, parlamentares elaboraram um Projeto de Lei (PL) para contrapor a criação de obstáculos sobre as mercadorias domésticas, como informou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda-feira, 24. Após a montagem da estratégia da iniciativa no Congresso e de finalização de ajustes no texto, o senador Zequinha Marinho (PL-PA) protocolou o projeto na noite da própria segunda no Senado .

continua após publicidade

A lei, conforme o PL, tornará obrigatório "o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil, para a disponibilização de bens no mercado brasileiro". O padrão previsto se restringe "aos bens e produtos oriundos de blocos econômicos e países que imponham restrições ambientais, de qualquer ordem, ao comércio internacional".

Com apoio da bancada ruralista, a intenção é contrapor a possível classificação do Brasil como um País de "alto risco" nas novas regras implementadas pelo bloco comum na semana passada, conforme previu o eurodeputado Christophe Hansen, por causa do desmatamento, principalmente na região amazônica.

continua após publicidade

O Parlamento Europeu aprovou na quarta-feira passada, 19, a lei que obriga empresas a comprovarem que produtos das cadeias de gado, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha, carvão vegetal e papel não venham de áreas desmatadas de nenhum lugar do mundo.

O argumento é o de que se a UE está preocupada com o desmatamento no País, os brasileiros também não devem se sujeitar a comprar produtos de nações que são conhecidas por emitir poluentes. Por isso, o PL prevê adicionar um artigo na Lei que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, que passaria a contar com a observação de que "só poderão ser colocados ou disponibilizados no mercado brasileiro bens e produtos originados de países que adotem e cumpram níveis de emissões de gases de efeito estufa iguais ou inferiores aos do Brasil".

O Broadcast enviou o PL para uma fonte do Itamaraty, que avaliou que, se as discussões forem bem construídas, é uma iniciativa "que faz sentido". Na Justifica do projeto, o senador enfatiza que o Brasil, apesar de possuir as mais rígidas leis ambientais do mundo, consegue compatibilizar a produção rural eficiente com a sustentabilidade. "Este é um dos principais motivos pelos quais a agricultura brasileira sofre cada vez mais com a atribuição de falsas narrativas, construídas por temor ao poder desse setor", argumentou.

continua após publicidade

O texto salienta também que a dificuldade de competir com o nível da produção brasileira tem pressionado governos e governantes dos setores agropecuários estrangeiros a tentar manchar a imagem e a eficiência do produtor rural brasileiro, por meio de "narrativas demagógicas". "O objetivo é impor mais custos ao sistema produtivo, baseados em medidas de proteção ambiental, para indiretamente garantir competitividade aos produtos agrícolas estrangeiros."

No caso da Europa, o que se vê, conforme o PL, é a continuidade da depredação ambiental, apesar do discurso agroecológico. "Lá foram liberados cultivos agrícolas mesmo em áreas de preservação ambiental de imóveis rurais, até então limitada a apenas 5% da propriedade rural, isentando os pequenos produtores da obrigação (enquanto no Brasil esse percentual varia entre 20 e 80%)", trouxe o texto.

O documento menciona ainda que, no "velho mundo" também foi flexibilizada a distância obrigatória entre lavouras e cursos d'água (2 metros de largura nas margens do rio), enquanto no Brasil essa faixa é de 30 a 500 metros, dependendo da largura do rio. "O cumprimento de todas as normas ambientais, sociais e tributárias acarreta significativo aumento dos custos de produção, resultando em uma notável redução de competitividade em relação aos demais países produtores."

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "PL que prevê barreira ambiental à UE é protocolada no Senado; Itamaraty diz ver sentido em ação"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!