O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta quinta-feira, 2, que o déficit do setor externo de março de 2024 veio acima do esperado pelos analistas de mercado financeiro e do resultado do mesmo mês de 2023 e reflete balança, serviços e renda. "Os três principais componentes das transações correntes tiveram participação para esse resultado", disse em coletiva de imprensa.
Ele destacou que quase 80% do resultado de março pode ser atribuído à balança comercial, que refletiu a redução das exportações.
"A piora do resultado foi influenciada pela redução do superávit da balança comercial de bens como principal fator", explicou Rocha. Isso foi influenciado pela redução do preço de commodities, especialmente minério e petróleo.
Rocha também destacou o aumento no déficit de serviços e na conta primária.
Sobre a conta de serviços, o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central salientou que o resultado de março de 2024, que foi de déficit de US$ 3,742 bilhões, foi o maior desde 2015.
Ele explicou que esse resultado reflete um crescimento de receitas e despesas. Rocha acrescentou que serviços de telecomunicações, tecnologia de informação e propriedade intelectual representam peso na conta de serviços.
"Telecomunicações e propriedade intelectual representaram mais de três quartos do crescimento do déficit da conta de serviços em março. Essas duas contas representam 60,5% do aumento do déficit no trimestre. Não são as maiores rubricas deficitárias, mas o ritmo de crescimento em período recente apresenta mudança importante para acompanhar", disse ele.
Em março, as despesas líquidas de serviços de telecomunicação, computação e informação somaram US$ 773 milhões contra US$ 488 milhões em março de 2023. As despesas líquidas com serviços de propriedade intelectual acumularam US$ 650 milhões em março de 2024, ante US$ 423 milhões no mesmo mês do ano passado.
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