A piora na percepção sobre a situação econômica futura foi o componente que mais influenciou a queda da confiança do consumidor brasileiro em outubro. O componente teve um recuo de 6,0 pontos, para 111,2 pontos, menor nível desde novembro de 2022, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 25.
Houve redução também nas avaliações sobre as perspectivas para as finanças familiares, com queda de 5,5 pontos, para 96,9 pontos, e ímpeto de compras de bens duráveis, com redução de 4,8 pontos, para 94,7 pontos, após ter acumulado uma elevação de quase 20 pontos nos últimos quatro meses.
Quanto ao momento atual, houve piora da percepção sobre as finanças pessoais, que recuou 0,7 ponto, para 73,9 pontos, e da avaliação sobre a economia local, com diminuição de 0,8 ponto, para 91,4 pontos.
Na média global, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,8 pontos em outubro em relação a setembro, na série com ajuste sazonal, para 93,2 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA) encolheu 0,7 ponto, para 82,5 pontos, após quatro meses de avanços. O Índice de Expectativas (IE) recuou 5,8 pontos, para 100,9 pontos.
"Após quatro meses de altas consecutivas, a confiança dos consumidores recuou influenciada pela piora das expectativas para os próximos meses e acomodação em relação à situação atual. Em outubro, o resultado negativo se apresenta disseminado em todas as variáveis, classes de renda e capitais, o que acende um sinal de alerta. A calibragem das expectativas passando o índice da zona de otimismo para a zona de neutralidade pode estar relacionada com a desaceleração dos setores econômicos, e talvez uma preocupação com a continuidade da resiliência do mercado de trabalho, fator importante na recuperação da confiança dos consumidores", afirmou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em médias móveis trimestrais, o índice de confiança do consumidor recuou 0,5 ponto, após seis meses de altas consecutivas.
A abertura da pesquisa por faixas de renda mostrou redução da confiança em todos os grupos familiares na passagem de setembro para outubro. Entre as famílias com renda até R$ 2.100 mensais, houve recuo de 2,4 pontos, para 91,2 pontos, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram queda de 6,2 pontos na confiança, para 90,9 pontos. O indicador recuou 3,0 pontos para famílias com renda entre R$ 4.800,001 e R$ 9.600, para 93,0 pontos, e diminuiu 2,0 pontos no grupo com renda acima de R$ 9.600,01, para 96,9 pontos.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 23 de outubro.
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