A gestora de recursos americana Pimco informou que tem reduzido as alocações em títulos do governo dos Estados Unidos com prazos mais longos por considerar os ativos relativamente menos atrativos, diante, em parte, da deterioração da dinâmica do déficit público americano.
Em relatório sobre perspectivas divulgado nesta segunda-feira, a gestora citou que espera que a curva de rendimentos do Tesouro dos EUA amplie a inclinação, alimentada em parte pela deterioração da dinâmica do déficit.
"Isto implica um aumento relativo nos rendimentos dos títulos de longo prazo, que são influenciados pelas perspectivas de inflação, crescimento econômico e políticas governamentais - incluindo o potencial de aumento da emissão de títulos do Tesouro para financiar déficits", observou a Pimco.
A Pimco diz que se tornou mais hesitante em emprestar a longo prazo, dadas as questões de sustentabilidade da dívida dos EUA e potenciais catalisadores de inflação, como tarifas e os efeitos das restrições de imigração na força de trabalho.
"Os EUA permanecem em uma posição única porque o dólar é a moeda de reserva global e os títulos do Tesouro são o ativo de reserva global", afirma a gestora. "Mas em algum momento, se você tomar muito emprestado, os credores podem questionar sua capacidade de pagar tudo de volta. Não é preciso ser um justiceiro para apontar isso."
A redução de alocação em títulos longos é o tipo de comportamento dos investidores que pode cumprir o papel de vigilante dos títulos do Tesouro de disciplinar os governos, exigindo uma remuneração mais elevada.
"Preferimos vencimentos curtos e intermediários, onde os investidores podem encontrar rendimentos atrativos sem correr maiores riscos de taxa de juro", pontuou a Pimco.
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