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Picchetti: Desinflação não está continuando no ritmo com que vinha acontecendo

O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou nesta segunda-feira, 10, que há um processo de desinflação bastante claro no mundo inteiro, mas que não está mais acontecendo no ritmo em qu

Marianna Gualter e Cícero Cotrim (via Agência Estado)

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Escrito por Marianna Gualter e Cícero Cotrim (via Agência Estado)
Publicado em 10.06.2024, 19:13:00 Editado em 10.06.2024, 19:19:54
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O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou nesta segunda-feira, 10, que há um processo de desinflação bastante claro no mundo inteiro, mas que não está mais acontecendo no ritmo em que estava antes.

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O grande desafio de curto prazo tem sido a última milha no processo de desinflação, disse Picchetti, que destacou que esse não é um problema só da inflação cheia, mas também do núcleo da inflação.

"No fundo, nos países emergentes, a questão está também na inflação de serviços", afirmou o economista, que ponderou que, por outro lado, a inflação de bens industrializados está se comportando bastante bem.

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A história por trás desse cenário, detalhou, é a resiliência que tem mostrado o mercado de trabalho, com taxas de desemprego historicamente baixas.

"Na medida em que essa queda na taxa de desemprego cria um mercado de trabalho apertado, está se refletindo pela própria dinâmica do mercado de trabalho em pressões sobre salários", afirmou, em webinar promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). "Em alguma medida, em diferentes lugares, essa pressão de salários está se refletindo sobre serviços, nos vários índices de preços."

Divisão dos votos do Copom

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O diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central reforçou que a divisão entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) na última decisão, em maio, refletiu divergências sobre a comunicação. Segundo ele, o diagnóstico sobre a economia é compartilhado por todos os membros do comitê e continua valendo daqui para a frente.

"Teve uma reação bastante grande à divisão dos votos, mas em nenhum momento pareceu uma guinada de política monetária você ter 0,25 ponto porcentual a mais ou a menos de cortes", disse Picchetti.

Na última reunião, em maio, o Copom diminuiu a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,5%, por cinco votos a quatro. A minoria - inteiramente composta pelos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre os quais o próprio Picchetti - votou por um corte maior, de 0,5 ponto. Segundo o próprio BC, a divergência veio de um debate sobre o custo de abandonar o forward guidance naquele encontro.

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'Enchentes no RS são choque de oferta, vão ter impacto em IPCA e PIB'

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul vão levar a uma inflação mais alta e a um menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, avalia Picchetti.

"Essas estimativas bem preliminares colocam esses números em casas decimais, de IPCA para cima e de PIB para baixo, mas são números que mostram que não é um impacto zero, não é um impacto desprezível", disse.

Ele acrescentou que as enchentes não terão impactos apenas macro, mas também podem atingir a estabilidade do sistema financeiro, via liquidez de bancos que atuam no Estado. Também há impactos potenciais para seguradoras, disse Picchetti, devido ao tamanho dos sinistros.

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