Embora tenha crescido 1,6% em 2023, o PIB da indústria encerrou o ano em nível 7,0% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Entre os componentes do PIB industrial, as indústrias extrativas avançaram 8,7%, e a produção e distribuição de eletricidade, gás e água aumentou 6,5%. Por outro lado, a indústria de transformação encolheu 1,3%, e a construção retraiu 0,5%.
"A indústria teve esse comportamento muito heterogêneo no ano passado", disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. "Recuaram as atividades mais afetadas por crédito, juros mais altos."
Segundo ela, é o comportamento negativo da indústria de transformação que impede que o PIB da Indústria volte ao patamar recorde de 2013.
A indústria de transformação chegou ao quarto trimestre de 2023 operando em patamar 18,5% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008. No ano de 2023, puxaram a queda na transformação os segmentos de produtos químicos, máquinas e equipamentos, metalurgia, indústria automotiva e materiais elétricos.
"As atividades econômicas com queda em 2023 são as mais afetadas negativamente por uma política monetária restritiva", justificou Palis. "Dentro da indústria de transformação, vamos ver que quem puxou para baixo tem muito a ver com bens de capital, afetado por uma política monetária restritiva", completou.
Sob a ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), que também sofre influência dos juros elevados, encolheu 3,0% em 2023. No quarto trimestre de 2023, a FBCF estava em patamar 18,4% aquém do pico alcançado no segundo trimestre de 2013.
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