Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira, 19, com a commodity pressionada pelas sinalizações de uma política mais rígida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2025, em um quadro de juros e inflação mais elevados. Um dos resultados é um dólar mais forte, o que pesa nas matérias-primas cotadas na moeda americana, como o caso do petróleo. Além disso, seguem sinais de uma demanda enfraquecida em meio a um ambiente de grande oferta.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em queda de 0,91% (US$ 0,64), a US$ 69,38 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,69% (US$ 0,51), a US$ 72,88 o barril.
Analista da Swissquote, Ipek Ozkardeskaya, aponta que a mudança agressiva do Fed amorteceu na quarta-feira uma recuperação precoce dos preços do petróleo. Em sua visão, a postura cautelosa do banco central americano, aliada a uma fraca perspectiva de demanda e ampla oferta, pesaram ainda mais no preços, e sua previsão é de negociações dentro de uma faixa entre US$ 67 e US$ 70 por barril.
Um dos maiores fatores pressionando a perspectiva para a demanda é a desaceleração da economia chinesa. Uma mostra disso foi que a Índia se tornou a principal fonte de crescimento no consumo global de petróleo em 2024, ultrapassando a China neste ano, de acordo com o relatório de Perspectivas de Energias no Curto Prazo (Steo, na sigla em inglês) do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
O relatório apontou que ao longo de 2024 e 2025, a Índia responderá por 25% do crescimento total do consumo de petróleo globalmente. Impulsionado pela crescente demanda por combustíveis para transporte e de uso culinário doméstico, o consumo de combustíveis líquidos na Índia deve aumentar 220.000 barris por dia em 2024 e 330.000 barris por dia em 2025. "Esse crescimento é o maior de qualquer país em nossa previsão para cada um dos anos", observou o relatório. Em relação à China, a expectativa é de um aumento do consumo de 90.000 b/d em 2024 e de 250.000 b/d em 2025.
No noticiário, os países do G-7 estão explorando maneiras de endurecer o limite de preço do petróleo russo, mirando na capacidade de Moscou em financiar sua guerra contra a Ucrânia, disseram fontes à Bloomberg.
Segundo elas, as opções em consideração variam desde substituir essencialmente o mecanismo com uma proibição total no manuseio do petróleo bruto russo até baixar o limite de preço dos atuais US$ 60 para cerca de US$ 40. As fontes advertiram que as discussões continuam em andamento e ainda não há um consenso sobre um próximo passo.
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