Os preços do petróleo fecharam em alta, com o barril do WTI de volta à marca psicológica dos US$ 90. A perspectiva de aperto na oferta, em meio à extensão dos cortes da Arábia Saudita e Rússia, parece se sobrepor aos temores globais com o nível elevado de taxas de juros, que poderiam levantar preocupações sobre a demanda.
O contrato do WTI para novembro fechou com ganho de 0,79% (US$ 0,71), a US$ 90,39 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro subiu 0,72% (US$ 0,67), a US$ 93,96 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A consultoria ANZ destacou em relatório que a oferta limitada do petróleo ajudou a apoiar o mercado, mesmo com redução da procura.
"Apesar do tom de aversão a risco que tem prevalecido nos mercados nesta semana, os preços do petróleo têm se segurado razoavelmente bem, recuando apenas modestamente das altas em 10 meses da semana passada", observou o analista-chefe de Mercados da CMC Markets, Michael Hewson. O economista alertou que o mercado pode estar dando pouca atenção ao potencial efeito de destruição da demanda decorrente de uma eventual alta a US$ 100 do barril, cada vez mais precificada.
A Capital Economics, por exemplo, disse que não ficaria surpresa se a cotação do Brent ultrapassasse esse nível, mesmo prevendo um cenário de dificuldades para a maioria dos preços de commodity no resto deste ano. A consultoria estima que a demanda por petróleo vai exceder confortavelmente a oferta pelo restante de 2023, antes de se equilibrar no próximo. Mesmo assim, preços do óleo devem continuar altos em 2024, de acordo com as projeções da Capital.
No noticiário, a Dow Jones Newswires reportou que a falta de combustível tem provocado disputas internas por petróleo na Rússia, e que o Moscou está enfrentando problemas na oferta no próprio país. Ainda hoje, os mercados acompanharão a divulgação pelo American Petroleum Institute (API) de sua leitura dos estoques americanos na semana.
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