A Petrobras vai começar a testar, em parceria com a Karoon Energy, um adesivo anticorrosivo à base de PET, 100% reciclado, patenteado pelo Centro de Pesquisas Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes). A patente verde do novo produto foi concedida em janeiro deste ano. A previsão é de que o ciclo de desenvolvimento do adesivo termine em setembro deste ano, informou a companhia.
"O produto, inédito no mercado, é de fácil aplicação e pode ser utilizado em instalações industriais, como plataformas e refinarias, instalações prediais e até para uso doméstico", disse a estatal em nota.
Desenvolvido junto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o PET Adesivo resultou em uma parceria com a empresa Karoon Energy. A empresa participa com a Petrobras da construção de uma planta piloto, onde serão fabricadas as primeiras 60 mil unidades para testes e validação final do produto.
"A Petrobras é uma fábrica de inovação e podemos dizer que este é um produto, literalmente, aderente aos compromissos da empresa: sustentável, redutor de emissões, capaz de agregar valor ao negócio e contribuir para a segurança das nossas operações. Mais um resultado do nosso investimento responsável e atento às demandas da sociedade", avaliou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A estatal prevê obter um retorno estimado de R$ 9 milhões por ano considerando os gastos com manutenção, mão de obra e número de intervenções para reparos.
"Temos um plano de abrangência aprovado e vamos expandir o teste de campo com o produto final em plataformas das Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A Petrobras quer avançar no desenvolvimento da aplicação e formato do produto e estamos consultando o mercado para identificar parceiros para fabricação e comercialização após o teste final", antecipou o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos.
O que é?
O material pode ser usado em qualquer superfície metálica que tenha dano na pintura. Chamado de PET Adesivo, dispensa preparos como lixamento: basta limpar a área a ser tratada com um pano úmido. Disponível inicialmente em formato semelhante a uma fita adesiva, é de fácil manuseio. Após a retirada da fita que protege a parte adesiva é só aplicar o material à superfície que necessita de reparo, impedindo que a corrosão se alastre. No caso do ambiente marinho, mais agressivo, o PET Adesivo permite que se estanque o processo corrosivo até que seja mobilizada a equipe necessária, em uma campanha planejada, para tratar essa condição.
O Adesivo PET já foi testado em laboratório, em plataformas e refinarias como a Duque de Caxias (Reduc) no Rio de Janeiro e a previsão da empresa é completar o ciclo de desenvolvimento do produto em setembro desse ano.
O produto foi idealizado após uma visita da pesquisadora do Cenpes Teresa Cristina Villano à UFMG, quando o professor Fernando Cotting apresentou um trabalho que estava desenvolvendo com PET reciclado. Por três anos, ela e os pesquisadores Fernando Cunha e Pedro Villalobos trabalharam em parceria com o pessoal da UFMG, informou a estatal.
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