Depois de um ano de 2021 atípico, ainda marcado pela pandemia, as 300 maiores empresas varejistas do País romperam uma marca histórica em 2022: faturaram R$ 1,046 trilhão, com crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 19,9% sobre o ano anterior, e superando o desempenho do varejo como um todo, que avançou nominalmente 14,1%. Os dados constam do ranking das 300 maiores empresas do varejo de produtos, elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Segundo Eduardo Terra, presidente da SBVC, 96% das varejistas tiveram crescimento de vendas no ano passado, sendo que 89% delas registraram avanços de faturamento acima da inflação. Em número de lojas físicas o crescimento também foi significativo, embora o varejo seja cada vez mais digital. No ano passado, a rede de lojas das 300 maiores companhias aumentou liquidamente 7,3%, com 4.259 novos pontos físicos entrando em operação. Quase 70% das companhias aumentaram o número de lojas em relação a 2021. Das 300 companhias avaliadas pelo estudo, 221 contam com operação online - eram 162 em 2019, antes da pandemia. Terra observa que esses dados podem ser avaliados de várias formas, mas destaca que 80 dessas grandes companhias ainda não vendem pela internet, mesmo depois da pandemia. "São visões do copo meio cheio ou meio vazio", diz.
Em 2022, as posições de liderança dos cinco maiores varejistas em faturamento mantiveram-se inalteradas em relação ao ano anterior. O Grupo Carrefour manteve-se no primeiro lugar, seguido por Assaí, Magazine Luiza, Via e Americanas. As maiores mudanças na lista ocorreram entre a sexta e a décima posição. O grupo Raia Drogasil caiu da sexta para sétima posição, enquanto o Grupo Boticário foi do décimo para o sexto lugar em vendas. A Natura & Co subiu do nono para o oitavo, e o GPA (Pão de Açúcar) caiu quatro posições, da sexta para a décima colocação em vendas. O estreante entre os dez maiores varejistas do País foi o Grupo Mateus, que ficou na nona posição. O Big, que aparecia na lista de 2021, foi adquirido pelo Carrefour e incorporado pelo grupo francês no ano passado.
DiversidadeO estudo mostrou também que as maiores empresas do varejo brasileiro têm muita diversidade na força de trabalho, formada por mulheres, pretos e pardos, na base das operações, isto é, em lojas. Mas as participações dessas populações diminuem abruptamente no alto escalão. Pela primeira vez, no ranking da SVBC, a questão da diversidade dos trabalhadores no varejo foi abordada. Das 300 maiores empresas em faturamento consultadas, 71 reportaram dados sobre mulheres e 55 a respeito da participação de pretos e pardos em seus quadros de funcionários. De acordo com o estudo, 74% das varejistas têm mais da metade de mulheres na folha de pagamento, e 44% das companhias têm participação feminina em cargos de liderança nas lojas. No entanto, apenas 6% das companhias têm maioria de mulheres nos assentos dos seus conselhos de administração. "Isso é exatamente um espelho do que ocorre no Brasil em todas as empresas", afirma Alberto Serrentino, vice-presidente da entidade e responsável pelo ranking. Com relação à questão racial, ele ressalta que o funil é ainda mais estreito. De acordo com o estudo, 54% das varejistas empregam mais de 50% de pretos e pardos. E apenas 24% delas têm mais da metade dessa população em posições de liderança em lojas. No alto escalão, em cargos de conselho de administração, a situação é ainda mais crítica: só 4% das companhias têm mais de 30% de pretos e pardos desempenhando essas funções. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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