Os dados do relatório de emprego - o chamado payroll - dos Estados Unidos divulgados nesta sexta-feira, 6, atenuaram a percepção em relação a uma recessão da maior economia do mundo, avalia André Valério, economista sênior do Inter. "A taxa de desemprego melhorou na margem e os salários avançaram", pontua, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
Contudo, o economista diz que ainda há risco de um enfraquecimento considerável dos EUA diante de uma inflação que ainda resiste. "O risco para uma recessão ainda é maior", afirma. Na visão de Valério, se o Federal Reserve (Fed) demorar demais para reduzir as taxas básicas eleva-se cada vez mais a possibilidade de uma desaceleração aguda da economia americana. "Há espaço para cortar", mas não precisa sair cortando desesperadamente, ressalta.
A despeito das incertezas, o Inter espera corte de 0,25 ponto porcentual no juro básico americano este mês. "Não vemos os dados sendo suficientes para demandar um corte mais forte, a economia ainda está robusta", afirma.
De acordo com o economista, "um número mágico" para o mercado de trabalho que mantivesse a taxa de desemprego estável seria uma geração de 200 mil postos ao mês. Esse montante está aquém da criação informada hoje nos EUA, de 142 mil vagas - resultado que ficou aquém da mediana de 165 mil das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast.
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