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Para Guedes, Brasil 'não perdeu rumo' na pandemia e começa a colher resultados

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil "não perdeu o rumo" durante a pandemia e continuou fazendo reformas mesmo durante os períodos mais difíceis. "Estamos começando a colher os resultados", afirmou.Durante o seminário "Perspectivas eco

Lorenna Rodrigues e Célia Froufe (via Agência Estado)

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Escrito por Lorenna Rodrigues e Célia Froufe (via Agência Estado)
Publicado em 19.05.2022, 12:06:00 Editado em 19.05.2022, 12:10:29
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil "não perdeu o rumo" durante a pandemia e continuou fazendo reformas mesmo durante os períodos mais difíceis. "Estamos começando a colher os resultados", afirmou.

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Durante o seminário "Perspectivas econômicas do Brasil", promovido pela Arko Advice e o Traders Club, Guedes brincou com o fato de a plataforma de investimento ter feito uma estátua em homenagem ao ministro em sua sede na Avenida Faria Lima, em São Paulo. "Recebo tanta pedrada, que a turma fazer estátua equilibra".

Guedes voltou a criticar governos anteriores e disse que, em sua época de banqueiro, chegou a sentir culpa por pegar dinheiro a 2% no exterior e emprestar a 70% ao ano "a um governo bêbado".

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Combate à inflação

O ministro da Economia disse que os bancos centrais de outros países "dormiram no volante" em relação ao combate ao aumento de preços. "Lá fora todo mundo está dormindo até hoje", afirmou.

Durante o seminário, Guedes citou o exemplo da Inglaterra, que está caminhando para a inflação de dois dígitos. "A Inglaterra está indo para o inferno, nós já saímos. Nós sabemos sair rápido do fundo do poço", completou.

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Para o ministro o Brasil "fez o dever de casa" e o fiscal "está forte".

'Ruptura'

O ministro da Economia disse também que está acontecendo um fenômeno político interessante no Brasil e que o atual presidente Jair Bolsonaro ganhou eleições de 2018 sozinho. "Foi uma ruptura, um chega", comentou.

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Guedes salientou que a vitória de Bolsonaro foi uma ruptura a um ciclo de política que, segundo ele, causou moratória, juro de dois dígitos, criou impostos excessivos e tornou a economia fechada, entre outros pontos. "É natural que quem ficou 30 anos no poder reclame", salientou.

O ministro comentou que, em sua viagem internacional já no posto, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, teve que enfatizar que acreditava nas instituições brasileiras, na democracia. "Fui a Davos e disse : vou surpreender vocês. Cadê o golpe? Quem deu golpe em quem?", relatou.

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Guedes também comentou que, mesmo antes da pandemia de covid, já havia um descredenciamento do Brasil no exterior. "Tive de dizer que acreditava na democracia. Somos democracia resiliente. Se a moça que era terrorista, assaltava banco, pode ser presidente, então um capitão que não fazia nada disso podia ser presidente também", comentou citando indiretamente a ex-presidente da República Dilma Rousseff.

Crítica a sistema de reeleição

Mesmo reforçando sua posição contrária à reeleição, o ministro da Economia se mostrou favorável a um novo mandato do presidente Jair Bolsonaro. "A reeleição é tragédia brasileira. Era melhor ter mandato de cinco anos. Sempre fui a favor de acabar com a reeleição", afirmou.

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Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de Fernando Henrique Cardoso, dois de Luiz Inácio Lula da Silva e dois de Dilma Rousseff, "dá pra ter dois de Bolsonaro". "Tomara que ele (Bolsonaro) faça reforma política", considerou, na hipótese de ele continuar no poder por mais quatro anos.

Emprego

Antes disso, sobre economia, o ministro disse que o atual governo preservou 11 milhões de empregos com a vacinação contra o coronavírus. "São números grandes para qualquer lugar do mundo. Estamos com o desempenho mais baixo desde 2015." Ele também comentou que "analistas e economistas que estão no esporte predileto de criticar o governo" previram que a relação da dívida com o Produto Interno Bruto (PIB) iria disparar.

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"Fomos a quase 90% e estamos em 78,5% do PIB. Nenhum país conseguiu fazer isso. O Brasil fez em 15 meses o que nossos críticos demoraram a fazer, com superávit", argumentou Guedes, citando que apenas o Brasil e Cingapura conseguiram esse feito.

Impostos, arrecadação e contas no azul

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Guedes também defendeu que o Brasil tem um plano e que estava seguindo em todas as dimensões com avanço. "Pela primeira vez em 40 anos, baixamos em 35% o IPI, que desindustrializou o País. Ninguém fez isso antes. O Brasil não conseguiu vencer o estatismo. O estatismo destruiu o Brasil", afirmou.

Agora, de acordo com o ministro, o governo está transformando o excesso de arrecadação em queda de impostos. "Esquece que a inflação que ajudou. Se isso desse certo, a Dilma tinha zerado (a dívida). Fizemos mais do que isso e mandamos recursos para Estados e municípios."

Guedes comentou ainda sobre o fato de Estados e municípios estarem com suas contas no azul. "Descentralizamos. Os brasileiros vivem nos Estados que nos criticam. Foram eles que fizeram isso? Por que não fizeram antes? Conseguiram porque não deixamos aumentar salários. Somos a geração que pagou pela guerra. Nunca perdemos a bússola, mesmo no meio da crise."

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Investimentos

O ministro da Economia previu que o Brasil pode ser a nova fronteira de investimentos nos próximos 10 anos já que as cadeias globais não serão construídas nos mesmos eixos após a guerra na Ucrânia. Segundo ele, esta avaliação foi feita após vários encontros com autoridades internacionais nos últimos meses e que declararam a importância do País para a segurança energética e alimentar do mundo. "O momento é decisivo; a bola está lá sem goleiro, o Brasil só precisa chutar", disse.

Para Guedes, o Brasil tem como se integrar às cadeias globais limpas, de forma aberta. "Somos uma democracia liberal, testada e o Brasil virou a maior fronteira de investimentos em um momento que (outros países) querem preservar", afirmou, acrescentando que o País tem um povo "resiliente, legal, bacana".

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O ministro voltou a falar sobre o nearshoring, que é a intenção de reaproximar fornecedores das matrizes. "Na hora que o pau come, falta tudo. Temos que estar com tudo perto. O Brasil está perto dos Estados Unidos e da Europa, tem proximidade logística e eficácia", defendeu. A segunda questão, conforme Guedes, é que precisa ser amigo desses países importadores. "Amigo? Democracia? Opa. Olha nós aqui", comentou.

Para o ministro, as instituições também seguem forte no País, ajudando nesse contexto. "O pau come entre os Poderes, mas ninguém atravessa linha. Tem pessoas que atravessam a linha, não instituições."

'Digitax com a OCDE'

Guedes disse também que sua equipe está trabalhando na construção de um imposto digital junto com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Nosso time está trabalhando em digitax com a OCDE", afirmou.

Ele falou sobre o assunto depois de ser questionado sobre a compra de vestidos do exterior que custam US$ 10,00, enquanto produtos nacionais não são encontrados por menos de R$ 300,00. "A China é capitalismo selvagem. Está praticando Adam Smith: passa por baixa da aduana, isso é século XVIII, não tem salário mínimo lá. Enquanto isso, nossa turma aqui está brincando... Deixa essa turma pra depois", desconversou.

Segundo Guedes, o "camelódromo virtual" existe mesmo e é "maciço". "Tem todo tipo de fraude lá, mas queremos que a regra do jogo seja igual para todo mundo. É uma fraude porque falsifica o valor do bem. Tem algo acontecendo e que temos que olhar. Acho que estamos entrando no mundo digital cada vez mais."

A saída, de acordo com o ministro, é o surgimento do digitax para equalizar o jogo. "Não sei como será feito. Tem países querendo jogar imposto muito alto. Vamos ter que entrar nisso", disse.

Segundo ele, os governos precisam atuar de forma nivelada. "É o massacre da serra elétrica que estamos assistindo hoje."

De acordo com Guedes, se o IPI desindustrializou o País e é "da época do dinossauro", os impostos ligados ao trabalho afetam negativamente o mercado. "O problema é de fácil solução, a questão é como trata isso politicamente", conjecturou. "O imposto que causa destruição em massa de emprego se chama encargos trabalhistas e eu fui voto vencido. Estamos numa democracia, então, tente outra vez", disse.

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