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Para FMI, Fed mostra que trabalho de conter inflação não terminou, mas está perto

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) "reconhece que o trabalho ainda não está concluído" no controle da inflação, "mas que estamos

Gabriel Bueno da Costa (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel Bueno da Costa (via Agência Estado)
Publicado em 02.02.2024, 10:11:00 Editado em 02.02.2024, 10:14:04
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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) "reconhece que o trabalho ainda não está concluído" no controle da inflação, "mas que estamos perto do fim". Segundo ela, o início do processo de relaxamento "é uma questão de meses".

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Georgieva tratou do assunto durante entrevista a repórteres na quinta-feira, que teve a transcrição divulgada pelo site do Fundo. Segundo ela, o momento do relaxamento monetário nos EUA "é muito importante". "Não muito cedo, mas também não muito tarde", comentou.

A autoridade disse que a equipe do Fundo avaliou contextos anteriores e sua conclusão foi que o risco de um relaxamento prematuro é mais alto do que o de "ficar levemente para trás", já que um relaxamento prematuro pode "reverter ganhos com impacto mais significativo na confiança, tanto do consumidor quanto do investidor, e também antecipa como a inflação pode parecer no futuro".

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Com isso, Georgieva considera que o Fed está correto em ser cauteloso. "Mas não mantenha a política apertada se você não precisa. Apenas observe os dados. Atue a partir dos dados", defendeu.

Ela também disse que o FMI tem feito muito trabalho para avaliar o impacto de restrições no comércio e tarifas, incluindo barreiras tarifárias entre as duas maiores economias do mundo, EUA e China. "E os dados nos dizem que há de fato um impacto negativo no crescimento global", afirmou. Segundo ela, isso tem reduzido 0,4 ponto porcentual do crescimento global, o que "não é insignificante", no contexto atual. "Obviamente, isso não é um sinal positivo."

A diretora-gerente afirmou que a inflação global tem caído mais rápido do que o originalmente previsto pelo Fundo. "Isso é, obviamente, boa notícia, e é motivada tanto pelo relaxamento das pressões do lado da oferta quanto pela política de aperto monetário", afirmou.

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Georgieva também afirmou que, apesar da revisão para cima na projeção para o crescimento global neste ano, "temos de reconhecer que o crescimento segue fraco pelos padrões históricos". O Fundo projeta para este ano avanço de 3,1% no PIB global e para 2025, de 3,2%.

Ela ainda notou a grande divergência entre países. Na América Latina, por exemplo, a Argentina teve revisão em baixa, enquanto houve melhora na perspectiva para Brasil e México. No quadro global, Georgieva ainda destacou uma série de riscos, como os geopolíticos, com conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Os riscos climáticos também são "claros", reforçou.

Questionada sobre os ataques de rebeldes houthis, do Iêmen, a navios de carga no Mar Vermelho, Georgieva mencionou que 10% da carga global passa pelo Canal de Suez, na região, com isso o impacto é "moderado".

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Há um pouco de pressão na oferta, mas ainda não é um fator significativo para a economia global, avaliou. Já há, porém, problemas também no Canal do Panamá, que sofre restrições por uma seca. "Então não é algo a se negligenciar, mas também não é um grande risco", avaliou.

A autoridade disse que o Fundo se preocupa com a potencial duração do conflito, que quanto mais se arrastar aumenta o risco de desdobramentos pela região, e também em específico com o impacto nos países próximos ao conflito, em especial Egito e Líbano.

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