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País se encontra em posição frágil, inclusive para políticas sociais, diz Tesouro

Em meio à pressão por uma prorrogação do auxílio emergencial e o temor de uma segunda onda de covid-19, o Tesouro Nacional deu um recado duro e avisou que a situação fiscal do País é "frágil inclusive para realizar políticas sociais necessárias". Responsá

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.11.2020, 15:25:00 Editado em 26.11.2020, 15:33:00
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Em meio à pressão por uma prorrogação do auxílio emergencial e o temor de uma segunda onda de covid-19, o Tesouro Nacional deu um recado duro e avisou que a situação fiscal do País é "frágil inclusive para realizar políticas sociais necessárias". Responsável pela gestão da dívida pública, o órgão alertou que a capacidade de financiamento dessa dívida no mercado "pode encontrar limites" caso não haja reversão da trajetória de rombos nas contas.

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Nos últimos meses, o Tesouro Nacional precisou emitir títulos da dívida com prazos cada vez mais curtos para conseguir financiar o enorme déficit causado pelos gastos de combate à pandemia do novo coronavírus. A dívida bruta deve fechar o ano em 94,4% do PIB, um salto ante os 75,8% do PIB verificados em 2019. Segundo o próprio Tesouro, esse aumento ficou acima da média observada em outros países.

O temor é que uma nova onda exija do governo uma outra rodada de medidas de apoio a famílias e empresas, agravando ainda mais a situação das contas públicas. Só o auxílio emergencial tem um custo estimado de R$ 322 bilhões este ano. Recentemente, o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, alertou que há muito pouco ou zero de espaço fiscal para novas medidas.

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"O País se encontra em uma posição frágil, inclusive para realizar políticas sociais necessárias. Isso porque com a dívida em nível tão alto, choques que obstruam a retomada do crescimento econômico, onerem o custo da dívida ou prolonguem os déficits primários podem conduzir a dívida pública a uma trajetória ainda mais alta, sem perspectiva de estabilidade no horizonte no médio prazo", alertou o Tesouro no Relatório de Riscos Fiscais da União, divulgado nesta quinta.

"Assim, a tomada de decisão de medidas com impacto fiscal requer o máximo de cautela, devendo ponderar-se, sempre, seus reflexos para a estabilidade econômica do País", diz o documento.

O Tesouro observou ainda que a proporção da dívida pública federal (DPF) vencendo em 12 meses deve chegar a 17,4% do PIB em 2020, um patamar que "reporta a períodos de crise" e bem maior que a média observada entre 2006 e 2019 (10,7% do PIB). Além disso, caso as condições de mercado não permitam um alongamento mais acelerado dessa dívida - isto é, a retomada de emissões de títulos com prazo maior de vencimento -, essa proporção deve se manter na média de 20,1% do PIB entre 2021 e 2023.

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"A capacidade de absorção dessa dívida em mercado pode encontrar limites caso não seja revertida a trajetória de déficits primários nas contas públicas", avisou o Tesouro. Segundo o órgão, um aspecto relevante para mitigação do risco de refinanciamento é a manutenção do colchão da dívida em patamares "prudenciais" - representantes do órgão têm dito que esse "prudencial" equivale a ao menos três meses de vencimentos.

"O incremento do déficit público nesse contexto traria riscos significativos para a gestão da dívida", diz o documento.

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