O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 20, encerrando mais uma semana de ganhos para o metal, que é visto como um ativo seguro diante das incertezas levantadas no cenário internacional. Como resultado, o metal chegou a ultrapassar a marca simbólica de US$ 2 mil durante a sessão. A guerra entre Israel e Hamas, que se aproxima da segunda semana, segue como o grande catalisador dos riscos, e, nos desdobramentos mais recentes, atividades na Síria e no Mar Vermelho sugeriram uma possibilidade de o conflito envolver novas frentes.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,70%, a US$ 1.994,40 por onça-troy.
Durante a semana, a alta acumulada ficou em 2,72%. No período anterior, logo após o início da guerra, o ouro já havia avançado mais de 5%.
"O status de porto seguro do ouro tem sido questionado em diversas ocasiões ao longo dos últimos anos, mas momentos como este realçam que, em tempos de incerteza significativa, os traders procuram ativos com histórico", afirma Craig Erlam, analista da Oanda. "A combinação de incerteza geopolítica e econômica, que podem ter implicações na inflação e nas taxas de juros, está aumentando o apelo do ouro, por enquanto", avalia.
A Oxford Economics acredita que o ouro ainda pode oferecer oportunidades no curto prazo.
"O atual posicionamento dos investidores institucionais em relação ao ouro, que recentemente se tornou negativo pela primeira vez desde novembro passado, deixa os preços vulneráveis a recuperações súbitas, caso o aumento das tensões geopolíticas desencadeie episódios de fuga para a segurança por parte dos investidores institucionais", avalia a consultoria.
"Apesar de acreditarmos que os preços do ouro estão nos mínimos no trimestre atual, pensamos que os retornos não serão atrativos no médio prazo, uma vez que as fortes compras do bancos centrais e o declínio dos rendimentos do Treasuries não serão suficientes para proporcionar retornos positivos robustos sobre o ouro", pondera a Oxford Economics.
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